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Dólar caiu e vou viajar logo; é melhor comprar agora ou esperar cair mais?

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/09/2019 16h03Atualizada em 28/02/2020 17h44

Após bater R$ 4,183 no início da semana, o dólar comercial passou a cair e fechou a R$ 4,08 hoje. O euro também está recuando. Com a sequência de desvalorizações, quem precisa das moedas para viajar pode ficar em dúvida entre comprar já ou aguardar, na esperança de novas quedas nos próximos dias.

Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que agora é um bom momento para comprar, devido à melhora no cenário externo. É possível que as moedas caiam mais nos próximos dias, mas não há garantia nenhuma.

Ao atingir R$ 4,183 na terça-feira (3), o dólar chegou ao valor mais alto desde 13 de setembro do ano passado, se aproximando do recorde batido à época, de R$ 4,195.

Depois, notícias positivas no exterior acalmaram os mercados e contribuíram para a moeda começar a cair. A principal delas foi a trégua na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que decidiram retomar negociações.

"Ainda vamos continuar vendo dias nervosos, mas para quem precisa de dólar para os próximos dias, pode ser o momento de comprar", disse Juvenal Marcelo dos Santos, superintendente de varejo do Grupo Travelex Confidence.

O recomendado é que quem tem viagem marcada acelere a compra, mas sabendo que nada garante que a moeda vai ou não continuar caindo.

Queda não deve ser abrupta

"Com a aprovação da PEC da reforma da Previdência no plenário do Senado, o dólar pode voltar para a ficar abaixo dos R$ 4, dependendo do que o presidente Jair Bolsonaro falar e dos fatores lá fora", afirmou Ademar Vitor, operador de câmbio da Ourominas. "Na semana que vem, pode ser cotado por volta de R$ 3,95."

Segundo ele, a alta de 8,5% acumulada em agosto pode ser parcialmente compensada por uma queda neste mês, fazendo com que a moeda chegue à casa dos R$ 3,80.

Mas essa desvalorização não vai acontecer de uma hora para a outra, dizem os especialistas. "Não conseguimos vislumbrar uma variação muito grande, para o dólar ir a R$ 3,78, como há dois meses, porque essa queda deve acontecer mais paulatinamente", disse Santos.

Além de aproveitar o bom momento para a compra de euro e dólar, os analistas dão algumas dicas para conseguir as melhores cotações. Veja abaixo.

Comprar aos poucos

Se a viagem internacional ainda está longe e você tem alguns meses para se preparar, a recomendação é comprar moeda aos poucos, para obter uma cotação média do período e não ficar exposto a uma variação grande do real novamente.

"Melhor comprar um pouco agora, aí na semana que vem você compra mais, pois comprando aos poucos, você faz uma taxa média", disse Vitor.

Amigos com sobras de moeda

Outra possibilidade é buscar sobras dessas moedas entre amigos e negociar uma taxa mais baixa do que a cobrada pelas empresas de câmbio ou agências de turismo. A dica é acertar um meio-termo entre a cotação do dólar comercial, por exemplo, e o valor do dólar turismo, negócio que seria vantajoso para ambas as partes.

A pessoa só deve se certificar de que as notas são originais e estão em bom estado. Por isso, para diminuir os riscos, esse amigo deve ser considerado de confiança.

Pesquisa de preços

A boa e velha comparação de preço entre os concorrentes também vale para comprar moeda estrangeira.

"Quem já tem viagem para acontecer não tem muito o que fazer. Tem que fazer uma pesquisa, procurar um preço mais acessível em uma instituição sólida, de confiança, e não adiar o sonho", afirmou Santos.

Dólar parcelado em até 12 vezes

A recomendação é comprar dólar ou euro em dinheiro vivo, mas, em vez de dar todos os reais de uma vez, à vista, pode parcelar esse pagamento no cartão de crédito. Diversas empresas especializadas na comercialização de moedas já oferecem essa possibilidade.

É diferente de ir viajar e pagar as despesas no exterior no cartão de crédito. Isso porque o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para comprar dinheiro vivo é 1,1%, mas sobe para 6,38% para carregar o cartão pré-pago ou pagar as compras no cartão de crédito no exterior.

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