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Produção de bitcoin é cortada pela metade hoje, e isso pode valorizar moeda

Daniel Neri/TAB
Imagem: Daniel Neri/TAB

João José Oliveira

do UOL, em São Paulo

11/05/2020 04h00Atualizada em 15/07/2020 16h25

Resumo da notícia

  • Produção de bitcoins será reduzida pela metade; entenda o que é o halving
  • Por ser um ativo finito, produção de bitcoins vem sendo reduzida a cada quatro anos
  • Especialistas dizem que movimento tende a sustentar uma maior valorização do ativo

O Bitcoin vai passar por um movimento nessa próxima segunda-feira (dia 11) que acontece apenas de quatro em quatro anos. E nas últimas vezes em que ele aconteceu, o valor da criptomoeda mais usada no mundo se valorizou com mais força.

O Bitcoin foi criado para ser um ativo como o ouro: ter uma quantidade finita, que um dia não poderá ser mais ampliada. E para fazer isso com um ativo que é virtual - ou seja, está na Internet - a solução dos criadores da criptomoeda foi estabelecer uma regra por meio da qual a cada quatro anos a produção do bitcoin é cortada pela metade.

É um protocolo que existe desde que o bitcoin foi criado. Ocorre a cada quatro anos. Como o bitcoin tem quantidade finita de moeda, em algum momento não haverá mais criação, assim como ouro,
Patrick O'Grady, ceo da Vitreo.

Como funciona o halving

Para entrar em circulação, o bitcoin precisa ser encontrado dentro da Internet. A criptomoeda fica escondida em forma de códigos. Para descobrir, pessoas e empresas em vários lugares do mundo atravessam dias e noites seguidos em computadores ligados, caçando esses códigos.

É como garimpar ouro.

Para então reduzir a produção, os criadores do bitcoin definem um valor a ser pago para quem fica garimpando. Quando a remuneração para quem garimpa o bitcoin diminui, o interesse em descobrir mais criptomoeda cai, e a oferta desse ativo também é reduzida.

Valorização

Com a menor oferta do bitcoin, cresce o valor do ativo. Isso aconteceu após 2012 e após 2016. Seguindo uma lógica simples de mercado - quanto menor a oferta, maior o preço. E é o que já está acontecendo. Veja abaixo.

Estamos passando pelo terceiro halving. Na primeira vez, o bitcoin se valorizou 7.000% após um ano. Depois, em 2016, a valorização foi de 1.300% em dois anos.

"É claro que hoje o bitcoin é mais conhecido, tem mais mercado, então, o impacto não deve ser tão grande. Por outro lado, há outros fatores influenciando esse ativo. Mas é natural que haja uma valorização quando a oferta de um ativo diminui", afirma o diretor do Mercado Bitcoin, Fabricio Tota, que responde pela maior plataforma de negociação desse ativo no Brasil.

Para gestores de recursos que atuam nesse mercado, a expectativa de alta do bitcoin por causa do halving atrai mais investidores semanas antes do evento.

Na gestora de recursos Vitreo, por exemplo, os dois fundos da casa que aplicam em bitcoins receberam em abril mil novos cotistas e R$ 11 milhões em aplicações.

O executivo do Mercado Bitcoin destaca ainda que há outros fatores influenciando o preço do biticoin neste ano, em especial a pandemia do novo coronavírus, que provocou uma maior procura por ativos reais.

A resposta à crise do coronavírus dada por bancos centrais ao redor do mundo foi uma grande injeção de recursos. E, no mesmo momento, está havendo uma redução da oferta de bitcoins
Fabricio Tota, diretor da Mercado Bitcoin.

Hora de investir, então?

Os gestores de recursos que trabalham com diferentes aplicações - e não apenas com criptomoedas - destacam que o bitcoin pode fazer parte de uma carteira de investimento, mas ocupando apenas uma pequena fração do todo.

Segundo os gestores, trata-se de um ativo muito novo, com uma tecnologia também nova. Por isso mesmo, é um mercado que ainda não tem uma regulamentação clara. E, para completar, é um ativo muito instável - que pode dobrar de preço em um mês, para perder metade do valor no semestre seguinte, como já aconteceu.

Por ser cotado em dólares, para o investidor brasileiro (que usa reais para aplicar), a volatilidade pode ser ainda maior.

"O investidor deve ter bem pouquinho. Algo como de 1% a 3% dos investimentos. Se a pessoa perder, não machuca. E se der certo, o rendimento pode representar um ganho importante",
George Wachsmann, chefe de gestão da Vitreo.

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