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Antecipar restituição do IR 2015 em bancos só vale para os endividados

Do UOL, em São Paulo

09/03/2015 06h00

Os maiores bancos do país estão oferecendo, como sempre, linhas de crédito para quem quer antecipar a restituição do Imposto de Renda 2015. Os juros começam em 1,99% ao mês.

Isso é um empréstimo na prática e exige cuidados. Se errar no cálculo da restituição a que tem direito ou cair na malha fina, o contribuinte pode ter prejuízo. Segundo especialistas, só vale para quem está endividado com juros maiores. Vale a pena tomar esse empréstimo mais barato para pagar a dívida mais cara.

Os empréstimos são voltados para contribuintes que têm direito a restituição, mas não querem esperar o pagamento dos lotes do IR, que começam a ser liberados em junho.

O pagamento desses empréstimos é feito de uma só vez, quando a restituição é depositada pela Receita Federal, por meio de débito automático na conta.

Os bancos oferecem esses serviços apenas para clientes. Eles precisam indicar aquela instituição financeira como destino do depósito da restituição (informação que deve ser dada no preenchimento da declaração).

Na linha oferecida pelo Bradesco, a taxa de juros é fixa (2,31% ao mês).

Outras instituições, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, HSBC e Santander, oferecem taxas que variam de acordo o valor do empréstimo e o histórico de relacionamento com o banco (quem é cliente há mais tempo e tem aplicações financeiras, por exemplo, costuma ter acesso a juros mais baixos).

Condições das linhas de crédito de antecipação do IR 2015

  • Banco do Brasil: o banco antecipa até R$ 20 mil; os juros são de, no mínimo, 1,93% ao mês.
  • Bradesco: clientes que têm conta-salário no banco podem antecipar até 100% da restituição; os demais, 80% (nos dois casos, há um limite de R$ 20 mil). A taxa de juros é de 2,31% ao mês.
  • Caixa Econômica Federal: o banco antecipa até 75% do valor da restituição, a juros que partem de 2,92% ao mês.
  • HSBC: o banco antecipa até 100% da restituição (o mínimo contratado é de R$ 300 e o máximo, R$ 30 mil); os juros variam de 1,99% a 3,39% ao mês.
  • Santander: o banco antecipa até 100% da restituição (o mínimo contratado é de R$ 100 e o máximo, de R$ 20 mil); os juros partem de 2,29% ao mês.

Especialistas e Procon alertam para cuidados na contratação

As taxas divulgadas pelos bancos para esses empréstimos são menores do que aquelas cobradas em outras linhas de crédito.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros do empréstimo pessoal, por exemplo, ficaram em 3,75% ao mês em janeiro; no cheque especial, a taxa média foi de 9,14% mensais.

A educadora financeira Dora Ramos diz que a linha de antecipação do IR pode, assim, ser interessante para quem tem dívidas em linhas mais caras, porque uma substituiria a outra.

Mesmo assim, alerta ela, é preciso se cercar de precauções. Preencher a declaração com muito cuidado é uma delas. Isso diminui o risco de cometer erros e ter de enviar uma declaração retificadora, o que pode fazer a restituição ser paga mais tarde.

Quando mais a restituição demorar para sair, mais tempo o consumidor vai pagar juros para o banco pelo empréstimo.

Além disso, caso cometa algum erro na declaração e perceba depois que o valor da restituição era menor do que o calculado inicialmente, por exemplo, o contribuinte terá de renegociar o empréstimo.

O Procon-SP sugere, ainda, que o consumidor pergunte ao banco qual procedimento será adotado caso ele caia na malha fina.

Algumas instituições impõem, como limite de prazo desses contratos, o mês de dezembro. Nesse caso, mesmo que o cliente não tenha recebido a restituição até lá, ele terá de quitar o empréstimo (e precisará ter se programado financeiramente para isso).

O Procon-SP diz também que o consumidor deve ficar atento a outros gastos embutidos no contrato de empréstimo (como o IOF).