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Investidores diversificam em busca de mais ganho e proteção contra inflação

Juliana Mello

09/11/2020 04h00

O mercado de capitais conquistou um espaço significativo recentemente. Quatro em cada dez investidores começaram a fazer suas aplicações nos últimos cinco anos, segundo pesquisa publicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em outubro. O levantamento ouviu 5.000 pessoas em todo o Brasil e mostrou ainda que os meios digitais, como sites e aplicativos de corretoras, estão entre os principais canais de acesso aos investimentos.

Além da tecnologia, apontada no estudo, acreditamos que essa popularização dos produtos de securitização e private equity é um reflexo do aumento da disponibilidade de conteúdos dedicados à educação financeira e, claro, da queda da Selic. A taxa básica de juros da economia está atualmente em 2% ao ano, no menor nível histórico, o que torna a renda fixa tradicional pouco atrativa.

A pesquisa da CVM indicou ainda que o conhecimento dos investidores sobre esses mercados é elevado e que o público "em geral possui apetite por mais risco e diversificação de sua carteira".

Essa busca por um portfólio mais heterogêneo pelos investidores já tem efeito nas emissões. Segundo números da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as ofertas feitas pelas companhias brasileiras no mercado de capitais chegaram a R$ 84,2 bilhões no terceiro trimestre e, até setembro, somaram R$ 236,9 bilhões.

Dentre os instrumentos de securitização disponíveis no mercado, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) tiveram destaque no período. De acordo com a Anbima, foram 188 séries emitidas, acumulando um volume de R$ 9,9 bilhões de janeiro a setembro. Já quando considerados produtos híbridos de renda fixa e variável, os fundos imobiliários também estão em alta, com volume emitido de R$ 29,7 bilhões em 2020, um avanço de 18,1% em comparação com os primeiros nove meses do ano passado.

Na Fortesec, também percebemos essa evolução. De janeiro a setembro, nossas emissões totalizaram R$ 1,5 bilhão, alta de mais de 150% sobre os R$ 586,5 milhões emitidos em igual período de 2019.

São opções que, em muitos casos, além de oferecer remunerações interessantes, são desenhadas para proteger os investimentos da inflação. E, com o investidor cada vez mais informado e com maior autonomia para tomar decisões, acreditamos que estes produtos terão cada vez mais espaço dentro das carteiras de investimentos, ainda mais se levarmos em consideração o atual cenário macroeconômico.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.