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2021: Um ano para investir no setor imobiliário

Juliana Mello

21/12/2020 04h00

É praticamente uma unanimidade a ideia de que 2020 foi o ano mais difícil em muito tempo, seja pelo viés econômico, de saúde, ou social. As circunstâncias difíceis, no entanto, não foram suficientes para frear o avanço do setor imobiliário no Brasil, e as perspectivas futuras apontam para um 2021 melhor.

O cenário macroeconômico indica que o terreno já está pavimentado para esse avanço: pelo cenário base apontado pelos agentes do mercado financeiro, a economia volta para o ritmo de crescimento, a inflação deve ser controlada no próximo ano, a taxa básica de juros permanece baixa por muito tempo e, ao que tudo indica, a situação fiscal também seguirá sob controle. E onde entra a construção nesse cenário?

A expectativa positiva já reflete nos planos do empresariado do ramo imobiliário. A Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) fez um levantamento com presidentes e diretores de 38 das maiores empresas do setor que mostra como as perspectivas são boas. A pesquisa indicou que 97% dos empresários pretendem lançar novos projetos na janela de 12 meses e 92% deles comprarão terrenos no período.

Na Fortesec, historicamente, dobramos o volume de emissões e integralizações a cada ano, e esperamos que 2021 não seja diferente. Com relação a 2019, este ano devemos fechar com um crescimento de mais de 150% em integralização. E a grande maioria das nossas emissões são de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), ou seja, que fomentam o setor imobiliário.

A primeira variável que possibilita esse desenvolvimento é a manutenção da taxa básica de juros em patamares baixos. Projeções do mercado indicam o término do ano de 2021 com a Selic no patamar de 3%, leve alta de 1 ponto percentual em relação aos 2% registrados atualmente. Ainda que acima do patamar atual, o juro permanecerá muito baixo em relação aos níveis históricos brasileiros e continuará fomentando o ambiente de negócios no Brasil.

De um lado, o juro baixo incentiva investidores a buscar opções alternativas mais rentáveis para alocação do dinheiro. Produtos como fundos imobiliários se mostram atrativos nesse ambiente, e os aportes fomentam o desenvolvimento desse mercado. Na outra ponta dos negócios, a tomada de recursos emprestados também está mais vantajosa tanto para os consumidores de imóveis quanto para os empreendedores.

Na sequência, é a expectativa de crescimento que indica notícias boas. O boletim Focus aponta para projeção de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 3,34% em 2021, e algumas instituições são mais otimistas, como é o caso do Itaú BBA, que espera melhora de 4% na atividade brasileira. A mesma instituição espera o crescimento médio do PIB mundial de 6%. O PIB dos Estados Unidos, Zona do Euro e China serão 4%, 5% e 7,5%, respectivamente.

A inflação é o indicador a ser olhado com cuidado. Por um lado, há clara pressão no setor de bens, forte elevação da utilização da capacidade instalada, pressões de preços no atacado e estoques na mínima histórica. Por outro, a taxa de desemprego dificilmente permitirá grande disseminação da inflação, especialmente porque a retomada do setor de serviços tende a começar de forma gradual.

Embora reconheça os riscos enviesados para cima, o Banco Central tem sinalizado perspectivas construtivas para a inflação no médio prazo, com simulações de inflação apontando para números próximos ao centro da meta, mesmo assumindo estabilidade da taxa Selic no nível expansionista atual. Esse assunto chama especialmente a atenção do mercado imobiliário, uma vez que muitos contratos, como os de locação, comercialização de unidades e até mesmo de financiamento das mesmas, são indexados à inflação.

No próximo ano, os principais debates da agenda econômica de 2021 serão o crescimento do PIB e a evolução das contas públicas. A dívida pública deve atingir aproximadamente 93% do PIB ao fim de 2020. A manutenção do teto de gastos é premissa principal para que todo o cenário projetado à frente se consolide de maneira positiva e para que o ramo imobiliário tenha mais um ano de crescimento.

Se mantidas as condições atuais, teremos notícias boas por aí. Estamos otimistas por aqui!

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