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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Fundos imobiliários estão em queda na Bolsa; veja o que fazer

Fernando Damasceno

21/06/2021 04h00

Mesmo com toda volatilidade ao longo de 2020, os fundos imobiliários voltados a crédito conseguiram passar de certa forma protegidos pelo período de estresse.

Ainda que as cotas negociadas em Bolsa tenham ficado sujeitas a todo o temor causado pela pandemia da covid-19, o segmento de crédito imobiliário se aproveitou da abertura dos spreads (diferença entre preço de compra e de venda de um ativo), onde era possível encontrar no mercado de ativos de alta qualidade, rating "AAA" (a maior classificação de crédito que existe), pagando prêmios (juros) muito acima em condições normais de mercado.

E como os FIIs não sofrem resgates, fundos com boas posições de caixa se aproveitaram das oportunidades no estresse de mercado, estruturando boas operações, possibilitando que o setor tenha um desempenho acima dos fundos imobiliários do segmento de tijolos. Outro fator que tornou o setor ainda mais atraente foram as taxas de juros nas mínimas históricas. Porém, estamos vendo em 2021 o Ifix (Índice de Fundos Imobiliários) não obtendo o mesmo desempenho em suas cotas e se descolando do Ibovespa.

  • Leia abaixo o artigo completo e entenda o que está acontecendo com os fundos.

Até o dia 11 de junho, o Ibovespa acumula uma alta de 8,76% no ano ante uma queda de 1,44% do Ifix. Isto é reflexo de como alguns setores do ramo imobiliário ainda estão encontrando dificuldades de recuperação, mesmo com a boa perspectiva de recuperação econômica mais rápida da economia.

Muitos investidores estão se questionando como se posicionar e quais os melhores segmentos dos fundos imobiliários daqui para a frente, e é preciso muito cuidado para não cair em algumas armadilhas.

No caso dos fundos de CRIs, a expectativa é que continuem com boas performances muito em função de suas carteiras de créditos que estão pagando excelentes dividendos e que, apesar do aumento da taxa de juros Selic, em alguns casos ainda é muito vantajosa a relação risco e retorno.

Porém é preciso estar atento aos fundos que estão com suas cotas negociadas na B3 muito acima do valor patrimonial. Obviamente que os dividendos se tornam muito atrativos, porém selecionar fundos com suas cotas bem precificadas é fundamental daqui para a frente.

No caso dos fundos de tijolos, é de extrema importância analisar o segmento que o fundo aloca seus recursos, pois vemos alguns setores, como de agências bancárias e lajes corporativas, ainda sofrerem com as consequências da pandemia.

Entretanto, existem alguns setores em que vemos uma crescente recuperação, como o setor de shopping centers, de desenvolvimento, galpões logísticos, que, além de terem sido um dos setores que mais sofreram com a pandemia, com o afrouxamento das restrições, avanço do plano de vacinação e retomada mais rápida da economia, podem se beneficiar e obter uma recuperação mais rápida do que o esperado.

Diante de um forte crescimento da indústria de fundos imobiliários no Brasil, com empresas recorrendo mais ao mercado de capitais para se financiar, o investidor precisa estar preparado para saber separar o joio do trigo.

Então, em um mercado em que a tendência é se multiplicar muito nos próximos anos, com uma mudança de tendência de taxa de juros, e com uma pressão inflacionária como estamos vendo este ano, é preciso pensar em como garantir operações bem estruturadas, analisar os setores que têm mais potencial de desenvolvimento e fazer uma análise criteriosa para que não tenha surpresas negativas.

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