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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Ações ou fundos imobiliários: o que é melhor para aposentadoria?

06/08/2021 04h00

O que você acharia de receber, de tempos em tempos, uma quantia em dinheiro grande o bastante para cobrir os seus gastos do dia-a-dia? Tanto as ações quanto os fundos imobiliários (FIIs) oferecem essa possibilidade, quando acumulados em grande quantidade.

Por isso, ambos os tipos de ativo podem ser uma boa para quem está juntando dinheiro para a aposentadoria. Nesta coluna eu explico por que eu tenho priorizado os FIIs como investimento de longo prazo, em detrimento das ações, o que tem dado certo. Mas apresento também alguns pontos que podem levar você a achar que, para o seu perfil, ações valem mais a pena. Veja abaixo.

Avaliando risco e objetivo

Basicamente, a grande diferença entre ações e FIIs, do ponto de vista de quem quer investir para aposentadoria, é que as primeiras são mais arriscadas.

Sendo assim, para decidir onde investir, você precisa saber qual nível de risco precisa correr hoje para ter um bom padrão de vida no futuro.

Por exemplo, considerando as taxas de rendimento atuais, se você investir 20% do seu salário todo mês em determinados fundos imobiliários, após 15 anos terá acumulado um patrimônio suficiente para obter uma renda mensal igual à que tem hoje (veja mais detalhes dessa simulação).

A questão é: você pode investir 20% do seu salário todo mês? Acha que dá para fazer isso por 18 ou 20 anos? Sim, a simulação prevê que em 15 anos você já conseguiria uma renda igual à que tem hoje, mas é bom se preparar também para um cenário pessimista.

Se a resposta a essas perguntas foi um "sim" bastante convicto, você não precisa assumir o risco de investir em ações, que é maior.

No meu caso, optei por parar de investir em ações, por um tempo, por causa disso, além do fato de que diversos fundos imobiliários estão com um rendimento que considero muito bom.

Mas se a sua resposta foi "não" ou "não sei", vejo três possibilidades para você:

  1. Tentar aumentar o montante a ser investido por mês;
  2. Estender a fase de acumulação para 25 ou 30 anos;
  3. Assumir um risco maior, investindo, por exemplo, em ações.

Atenção às ações

Uma vez que você decidiu assumir um risco maior para ao menos ter alguma chance de atingir o objetivo, precisa saber que investir em ações para longo prazo é diferente de investir para, digamos, cinco ou 10 anos.

Se o seu objetivo é viver de dividendos no futuro, você não precisa comprar os papéis que mais pagam dividendos hoje. Ao contrário, o ideal, a meu ver, é investir nas empresas que, por enquanto, não distribuem proventos, mas têm grande chance de fazê-lo no futuro.

As empresas que hoje já pagam bons dividendos são, em geral, aquelas mais consolidadas, que não têm tanto para onde crescer.

Outro ponto a ser observado é que o risco de investir em ações pode não ser tão grande quanto você pensa.

Claro que se colocar todo dinheiro em um mesmo papel, você pode até perder tudo. Mas se você diversificar, sua chance de perder a longo prazo fica muito menor.

Sabia que o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa, nunca ficou negativo por um período de 15 anos? Ou seja, não existe ninguém que tenha investido nesses papéis e tenha tido prejuízo caso tenha segurado os ativos por todo esse tempo.

Então, investir em ações não é o fim do mundo. Você só precisa continuar buscando informações para controlar o risco que está disposto a correr.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.