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OPINIÃO

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Quero receber R$ 1.000 por mês para sempre: quanto investir para isso?

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Imagem: Getty Images

20/05/2022 04h00

Quanto é necessário possuir em investimentos para ter um rendimento mensal de R$ 1.000 por mês?

Para não ficar dúvida, confira abaixo um levantamento com dez investimentos diferentes, mostrando quanto é preciso ter em cada um deles para receber essa renda mensal líquida de impostos e já descontada a inflação.

No final do texto você vai saber também em quais dessas opções eu deixo o meu dinheiro.

Na poupança: R$ 1,7 milhão

Atualmente, para ter um rendimento real de R$ 1.000 por mês, é preciso ter R$ 1,7 milhão aplicado na poupança.

Esse grande volume investido é necessário porque a inflação, hoje, come a maior parte do rendimento da caderneta.

Nesse cálculo, estou considerando uma inflação de 8% ao ano, que é aproximadamente a previsão de analistas consultados pelo Banco Central.

No Tesouro Direto: R$ 332 mil

Veja que diferença: no Tesouro Direto é necessário ter apenas R$ 332 mil para ter o mesmo rendimento de R$ 1.000 por mês.

Essa conta se refere especificamente ao título chamado Tesouro IPCA com Juros Semestrais 2055.

Entre os ativos do Tesouro Direto, este é o que oferece, no momento, a maior rentabilidade a longo prazo, considerando o cenário atual (com inflação prevista de 8% ao ano).

O cálculo já desconta a inflação, o Imposto de Renda (IR) e a taxa cobrada pela B3. Para o IR, foi considerada a alíquota de 15%, que incide sobre investimentos de longo prazo (acima de 720 dias), pois aqui estamos falando em receber R$ 1.000 por mês "para sempre".

Em fundos imobiliários: R$ 111 mil

Quando entramos em ativos de renda variável, como os fundos imobiliários (FIIs), o capital requerido para uma renda líquida real de R$ 1.000 por mês é de apenas R$ 111 mil.

E olha que nem estou selecionando os fundos com os maiores retornos. Para chegar a esse número, levantei os FIIs mais negociados (com volume acima de R$ 1 milhão por dia) e excluí os 10% mais rentáveis e os 10% menos rentáveis, para evitar distorções.

Portanto, um rendimento de R$ 1.000 para um investimento total de R$ 111 mil é bem plausível.

Além disso, estou desconsiderando a variação do preço dos fundos, pois esta coluna é para quem quer receber os proventos mensais, sem especular sobre as oscilações dos ativos.

Em dez investimentos diferentes

Além dessas três aplicações que comentei acima, aproveito para trazer também mais sete opções para você comparar. Veja abaixo quanto seria necessário ter hoje em dez investimentos diferentes para obter uma renda mensal de R$ 1.000, já descontando a inflação, impostos e taxas.

  • Poupança: R$ 1,7 milhão
  • Tesouro Prefixado: R$ 470 mil
  • Tesouro Selic: R$ 456 mil
  • Tesouro IPCA: R$ 332
  • FII (fundo imobiliário) BTLG11: R$ 143 mil
  • FII MCCI11: R$ 99 mil
  • Ações Taesa (TAEE11): R$ 94 mil
  • FII KNPI11: R$ 78 mil
  • Ações Petrobras (PETR3): R$ 56 mil

Atenção aos riscos

No mundo dos investimentos, para obter mais retorno, é necessário correr mais riscos. Por isso, as melhores opções da lista acima são também as mais arriscadas: os FIIs e as ações.

Os fundos e as empresas só terão o retorno médio de R$ 1.000 por mês, nas condições citadas acima, se continuarem pagando proventos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses.

Antes de investir, portanto, é necessário verificar se aquele FII ou ação tende a manter o atual patamar de retorno ou se ele teve bons resultados recentes por algum motivo excepcional.

Onde eu invisto

Entre as dez opções, listadas, hoje eu tenho investimentos em quatro delas: os FIIs BTLG11, MCCI11 e KNIP11, e as ações da Taesa.

Vale dizer, no entanto, que nenhuma dessas citações é uma recomendação de compra nem de venda. Antes de investir, é necessário conhecer exatamente os riscos de cada ativo.

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