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ANÁLISE

Cosan busca IPO e Iguatemi se reestrutura: o que você deve saber

Shopping Iguatemi Esplanada  - divulgação/Shopping Iguatemi Esplanada
Shopping Iguatemi Esplanada Imagem: divulgação/Shopping Iguatemi Esplanada

Felipe Bevilacqua

08/06/2021 09h00

No Investigando o Mercado de hoje, vamos conversar sobre as mudanças realizadas na Raízen para consolidar a estratégia da subsidiária da Cosan (CSAN3), possibilitando a sua abertura de capital (IPO), e também sobre a reorganização da estrutura societária da holding Jereissati (JPSA3).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.

COSAN: Raízen compra operação de lubrificantes da Shell e protocola IPO

A Raízen, subsidiária da holding Cosan (CSAN3), parece ter completado a movimentação necessária para a abertura de capital (IPO), que pode ser uma das maiores da história da Bolsa brasileira.

Após vencer o contrato de distribuição exclusiva de lubrificantes Shell, ela ampliou o escopo do contrato e adquiriu a operação da parceira no Rio de Janeiro. Em 2018, ela já havia adquirido operações de refino e de distribuição de combustíveis da Shell na Argentina por US$ 950 milhões.

Nos últimos dois anos, a companhia passou por diversas mudanças, que incluíram a aquisição da Biosev (BSEV3), uma das maiores companhias de açúcar e etanol do país, para transformar a Raízen Energia no maior player de açúcar e etanol de cana do planeta. Além disso, a Raízen Combustíveis alocou a Raízen Energia embaixo de seu guarda-chuva, após reestruturação da companhia, de modo a se tornarem uma só.

A companhia também adquiriu uma trading de energia, ampliando o escopo de atuação no mercado de energia elétrica e aumentando a geração de caixa operacional. Enquanto o IPO não acontece, o controle acionário da Raízen segue dividido entre Shell e Cosan, cada uma com 50% das ações.

Ainda não se sabe a faixa de preço nem a quantidade total de ações a serem ofertadas no IPO. O mercado, porém, estima um valor para a oferta entre R$ 10 a R$ 13 bilhões. Se essa previsão for confirmada, será uma das maiores ofertas da história da bolsa. A última grande oferta veio da Rede D'or, que movimentou cerca de R$ 11,4 bilhões.

O IPO tem potencial para alavancar as ações da holding Cosan (CSAN3), que possui valor de mercado de cerca de R$ 46,7 bilhões atualmente. Estima-se que a Raízen pode valer entre R$ 80 e R$ 100 bilhões em valor de mercado. Se isso for confirmado, o valor de mercado da holding Cosan poderá saltar no curto prazo.

Lembrando que somente as participações da Cosan na Compass (99%) e na Rumo (RAIL3), de 30%, valem hoje cerca de R$ 28 bilhões, considerando as avaliações de mercado das companhias.

Jereissati e Iguatemi: reestruturação societária

Foi anunciada ontem (7) a reestruturação societária na Iguatemi (IGTA3), proposta pela holding da companhia, Jereissati Participações (JPSA3). O novo desenho propõe que a holding incorpore a empresa de shoppings, de modo a assumir seu nome e passar a negociar suas ações em units, além de estimar um prêmio de 10% para as ações da Iguatemi em relação à média dos últimos 30 dias. Na reestruturação, a Jereissati Participações será assessorada pela XP e o Iguatemi, pelo BTG Pactual.

Segundo Carlos Jereissati, CEO da companhia, o motivo da reestruturação é a perspectiva de fusões e aquisições a serem realizadas no mercado. O processo aumentaria a capacidade de investimento do Iguatemi enquanto o controle permanece na Jereissati. Carlos Jereissati aproveitou para anunciar a passagem de comando da empresa para a atual CFO, Cristina Betts, há 13 anos no grupo.

No contexto atual, vemos a estratégia como acertada. O impacto no preço das ações das companhias (JSPA3 e IGTA3) deve ser positivo no curto prazo.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.