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ANÁLISE

Mercado se agita com possível privatização da Sabesp: no que ficar de olho

O governador João Doria admitiu que pretende privatizar a Sabesp, mas que esse é um projeto de longo prazo - Gabriela Cais Burdmann/UOL
O governador João Doria admitiu que pretende privatizar a Sabesp, mas que esse é um projeto de longo prazo Imagem: Gabriela Cais Burdmann/UOL

Felipe Bevilacqua

23/08/2021 08h36

No Investigando o Mercado de hoje, vamos conversar sobre a conclusão do processo de separação entre Itaú (ITUB4) e XP (Nasdaq:XP) e sobre a privatização da Sabesp (SBSP3).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

XP e Itaú anunciam data do final da cisão

A corretora XP (NASDAQ:XP) e o banco Itaú (ITUB4) divulgaram na última sexta-feira (20) o dia 1º de outubro como data de finalização da cisão entre as companhias, iniciada em novembro de 2020.

Os acionistas do banco receberão a participação de maneira direta na forma de ações da XP na Nasdaq, ou de BDRs na B3 (atualmente a XP ainda não possui BDRs). O banco criou uma holding chamada XPart (conhecida também por "Newco") para transferir sua participação na corretora. No dia 1º de outubro, a XP deverá aprovar em assembleia sua fusão com a XPart e distribuir ações/BDRs para os acionistas da XPart.

Os acionistas da Itaúsa (ITSA4) não receberão BDRs, uma vez que a XP se tornou uma empresa dentro do portfólio da holding, agora de maneira direta e com dados divulgados separadamente. Segundo a Itaúsa, não há intenção de vender a participação de cerca de 15% na XP no curto prazo. A venda ocorrerá num horizonte de tempo longo.

É improvável a não aprovação pelo conselho da XP da incorporação da XPart, uma vez que esse movimento foi proposto pela própria companhia e interessa a todos os envolvidos, tanto as empresas quanto os acionistas, que passarão a deter participação direta na XP.

Privatização da Sabesp

A declaração na última sexta-feira (20) feita por Rodrigo Maia, novo secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado de São Paulo, de que a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é prioridade do governo paulista fez as ações da companhia (SBSP3) dispararem, fechando em alta de 10,86%.

No sábado (21), o governador de São Paulo, João Doria, admitiu que pretende privatizar a Sabesp. Disse, porém, que esse é um projeto de longo prazo. Antes, a companhia precisará cumprir metas estabelecidas em seu plano estratégico e aumentar a rede de água e saneamento.

O governo de São Paulo pretende contratar o Internacional Finance Corporation (IFC) para efetuar os estudos de privatização. Inicialmente estão contempladas tanto a privatização quanto uma capitalização sem perda de controle pelo Estado de São Paulo.

A privatização gera grande expectativa no mercado de melhoria na eficiência das operações e otimização de custos. Além disso, espera-se melhoria na governança, com gestão profissional livre de influências políticas, tornando a empresa mais atrativa para o investidor. Num cenário de privatização iminente, o mercado precifica o aumento de eficiência futuro, gerando valorização da ação.

Enxergamos ainda, porém, alguns obstáculos para a privatização da Sabesp. O principal é a proximidade do calendário eleitoral, com o governador João Doria articulando eventual candidatura à Presidência da República. Dificilmente o projeto será levado adiante até 2022.

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, afirmou recentemente que a aprovação da nova lei do saneamento coloca como prioridade garantir a universalização dos serviços de saneamento básico. Sendo assim, a privatização deve se estender por mais tempo do que o esperado.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.