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ANÁLISE

Lojas Americanas e Americanas avaliam unir negócios: vale investir?

Felipe Bevilacqua

19/10/2021 10h22

Hoje comentaremos sobre a possível reorganização societária de Lojas Americanas (LAME4) e Americanas (AMER3) e a respeito de mais uma aquisição do Grupo Fleury (FLRY3).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Plano de combinação de negócios entre Lojas Americanas e Americanas

A Lojas Americanas (LAME4, LAME3) e a Americanas (AMER3) anunciaram na segunda-feira (18) que a possível fusão operacional dos negócios das duas companhias foi aprovada em assembleia. A combinação tem como objetivo "maximizar a experiência do cliente em uma nova jornada de criação de valor", segundo o comunicado enviado ao mercado.

Ainda segundo o texto, a Lojas Americanas está estudando uma reorganização societária com o propósito de migrar sua base acionária para uma sociedade com sede no exterior, visando a listagem de suas ações nos Estados Unidos, na NYSE ou na Nasdaq.

Caso o processo seja bem-sucedido, a companhia será listada apenas no Novo Mercado, segmento com o maior nível de governança corporativa da B3, no qual 100% das ações são ordinárias, isto é, dão direito a voto em assembleia. O comunicado diz ainda que nenhuma decisão foi tomada até o momento, e mais informações serão divulgadas aos acionistas.

A união das bases acionárias das companhias é positiva, deixando sua estrutura mais simples e com melhor governança, além de poder aumentar a liquidez de suas ações. Por ser uma holding, as ações de Lojas Americanas negociam com o famoso desconto de manutenção ou desconto de holding. Assim, com a combinação, o desconto deixa de existir.

A possível listagem nos Estados Unidos também é uma boa notícia para a companhia, que consegue obter uma maior visibilidade em suas ações e viabiliza levantar capital no exterior, que normalmente possui custos menores. O mercado gostou das notícias e as ações LAME3, LAME4 e AMER3 fecharam a segunda-feira com forte alta, de 27,6%, 20,7% e 4,3%, respectivamente, na B3.

Fleury compra laboratório em Recife

O Grupo Fleury (FLRY3) anunciou a aquisição do Laboratório Marcelo Magalhães pelo valor de R$ 384,5 milhões. O laboratório possui 64 anos de história, sendo referência em medicina diagnóstica com análises clínicas no estado de Pernambuco. Atualmente, a companhia tem 13 unidades de atendimento e de serviço de atendimento domiciliar na região metropolitana de Recife.

A receita bruta do laboratório nos últimos 12 meses foi de R$ 114 milhões. Segundo a companhia, a relação entre o valor da empresa na compra e o Ebitda foi de 7,5 vezes, considerando o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) projetado para o ano de 2024 de algo em torno de R$ 51 milhões e os ganhos combinação dos negócios, ou sinergias.

Ainda segundo a empresa, se excluídas as sinergias, o múltiplo foi na casa de 9 vezes o valor sobre o Ebitda, patamar semelhante às últimas aquisições da Fleury.

O negócio reforça a estratégia de crescimento da companhia na região Nordeste e no segmento de medicina diagnóstica, expandindo as operações em Pernambuco, onde a empresa já atua com exames de análises clínicas e imagem, por meio das marcas a+ Medicina Diagnóstica e Diagmax.

De 2020 até agora, a Fleury vem realizando aquisições nas áreas de oftalmologia, ortopedia, infusão e fertilização, com o objetivo de integrá-las ao negócio de medicina diagnóstica. A compra do Laboratório Marcelo Magalhães é a quinta no Nordeste, praça em que o grupo já investiu quase R$ 700 milhões, contando com 71 unidades, 25% do total do grupo.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.