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ANÁLISE

Raia Drogasil fica mais digital e BTG Pactual aumenta lucro: saiba mais

Raia Drogasil: Vendas digitais chegaram a 9,2% das vendas, e 88% delas passaram de alguma maneira pelas lojas - Divulgação
Raia Drogasil: Vendas digitais chegaram a 9,2% das vendas, e 88% delas passaram de alguma maneira pelas lojas Imagem: Divulgação

Felipe Bevilacqua

10/11/2021 09h15

Hoje comentaremos sobre os resultados do terceiro trimestre da Raia Drogasil (RADL3) e do Banco BTG Pactual (BPAC11).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Números fortes da RD e investimento maior no digital

A Raia Drogasil (RADL3) reportou seus resultados do terceiro trimestre de 2021, apresentando números fortes e consistentes, em linha com as expectativas do mercado. O grupo registrou novamente um forte crescimento de receita e vale destacar o digital, que foi o principal motivo para uma leve compressão da margem operacional.

A companhia encerrou o trimestre com 2.400 lojas em operação, tendo realizado 52 aberturas e 12 fechamentos de julho a setembro. Houve ganho de participação de mercado em todas as regiões do Brasil, com o consolidado ficando em 14,3%, uma alta de 1,1 ponto percentual. Até o fim do ano, a RD estará presente em todos os estados brasileiros, com a entrada no Acre, Amapá e Roraima, sob a bandeira da Drogasil.

Um dos principais destaques do resultado foi o digital, que tem melhorado cada vez mais e encerrou o trimestre com um total de 9,2% das vendas brutas da companhia. Importante salientar que 88% das vendas online passaram de alguma maneira pelas lojas, atuando como centros de distribuição, em um modelo no qual os produtos chegam em menos de quatro horas para o cliente.

A receita líquida do trimestre foi de R$ 6,5 bilhões, um crescimento de mais de 21% em relação ao mesmo período de 2020. A margem bruta seguiu extremamente consistente, nos mesmos patamares de 27,8% de igual intervalo no ano passado.

A linha que apresentou a principal diferença no resultado foi a de despesas gerais e administrativas, em que a companhia fechou o trimestre com o equivalente a 3,1% das vendas, em comparação com 2,5% na base anual.

Tal expansão nas despesas refletiu uma pressão de custos com pessoal, licenças de software (digital) e um serviço de consultoria. Isso está ligado a investimentos na digitalização da saúde e em tecnologia, estabelecendo a base necessária para a execução da nova estratégia da companhia, divulgada no último 'Investor Day'.

Com isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 446 milhões, um aumento de 12% em relação ao terceiro trimestre de 2020, mas que correspondeu a uma compressão na margem Ebitda. A parte de despesas financeiras também aumentou em decorrência de maiores taxas de juros no período, o que era absolutamente esperado.

Por fim, a RD finalizou o trimestre com um lucro líquido de R$ 173,6 milhões e uma margem líquida de 2,7%.

Reiteramos a confiança na tese de investimento em RD no longo prazo, pois trimestre após trimestre a companhia entrega resultados sólidos e consistentes. No entanto, no atual momento, o mercado já espera que a empresa entregue tal consistência, o que reflete diretamente nos múltiplos elevados que a ação da companhia negocia atualmente na B3.

Resultados do BTG Pactual acima do esperado

O BTG Pactual (BPAC11) divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2021. Os números vieram bons e acima das expectativas, apresentando forte crescimento anual tanto de receita quanto de lucro. Apesar disso, alguns números não recorrentes acabaram gerando alguma desconfiança por parte dos investidores, o que pressionou a cotação das ações do banco na terça-feira (9). Entretanto, reiteramos nossa confiança na tese de investimento e na capacidade de execução da companhia.

O lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,8 bilhão, uma expansão de 77% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 20,1%.

A receita do banco BTG totalizou R$ 3,8 bilhões no trimestre, um avanço anual de 55% e 2% superior ao balanço do segundo trimestre. Praticamente todas as unidades de negócio da companhia apresentaram crescimento forte.

A área de tesouraria, principal linha de receita do banco, registrou uma alta anual de 46%, atingindo R$ 1,3 bilhão no trimestre, em reflexo de uma forte atividade dos clientes, mesa de energia e um evento não recorrente proveniente da venda da participação na CredPago.

A carteira de crédito do banco destinada a empresas seguiu a tendência vista ao longo de 2020 e continuou sua expansão, alcançando R$ 97,5 bilhões, um aumento de 13% em relação ao trimestre anterior e de 43% na base anual.

A área de banco de investimentos cresceu de 6% em relação ao segundo trimestre de 2021, atingindo receita recorde de R$ 727 milhões. O desempenho foi recorde na área de DCM (oferta de títulos de renda fixa).

Outro destaque foi a captação de novos recursos (o chamado 'net new money'), que totalizou R$ 88 bilhões nas áreas de wealth e asset management, um crescimento de 71% em relação a 2020. Os ativos sob custódia (AuC) e os ativos sob gestão (AuM) somados registraram um salto de 64,6%, atingindo R$ 542 bilhões. Já as fortunas sob gestão (WuM) quase dobraram em relação ao ano anterior, atingindo R$ 400 bilhões no trimestre. As receitas com essas áreas aumentaram 14% e 75%, respectivamente, na base anual.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.