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OPINIÃO

Cosan tem trava na compra da Gaspetro, e Alpargatas adquire empresa nos EUA

Henry Romero/Reuters
Imagem: Henry Romero/Reuters

Felipe Bevilacqua

22/12/2021 09h44

Hoje comentamos a nota da ANP ao Cade pedindo veto da compra da Gaspetro pela Cosan e a aquisição realizada pela Alpargatas nos Estados Unidos, no valor de R$ 2,7 bilhões.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

A ANP (Agência Nacional de Petróleo) encaminhou uma nota ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendando que a compra da Gaspetro pela Compass, da Cosan (CSAN3), fosse vetada. O documento ainda pede que a Petrobras (PETR3, PETR4), controladora da Gaspetro, abra um novo processo de venda para a companhia.

A sugestão da ANP tem como finalidade que a Petrobras permita aos interessados na aquisição apresentar ofertas separadas para cada concessionária em que a Gaspetro possui participação, tendo em vista que a empresa é uma holding com participações minoritárias em 17 concessionárias de distribuição de gás natural pelo país.

Além disso detém o controle da Gas Brasiliano, em São Paulo. Em adição, a ANP espera que, se caso a venda para a Cosan seja aprovada, remédios sejam adotados com o intuito de propiciar mais competição no mercado.

Em novembro, o Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural também já havia encaminhado um documento contrário à operação e recomendando que a Compass tenha que vender uma fatia nas distribuidoras que a Gaspetro possui participação, assim evitando uma excessiva concentração em apenas uma empresa.

Vemos a compra integral da Gaspetro pela Compass mais distante diante das manifestações contrárias. Com o cenário-base de aprovação da compra com remédios, ainda assim vemos como positiva a compra da Gaspetro, que ampliará fortemente a atuação da Compass nesse mercado.

Alpargatas compra empresa por R$ 2,7 bi

A Alpargatas (ALPA4), empresa global de calçados e dona das Havaianas, anunciou a compra de 49,9% da Rothy's, empresa americana que atua na fabricação e comercialização de calçados e acessórios com foco em sustentabilidade, sediada na Califórnia. O valor da operação pago pela Alpargatas é de US$ 475 milhões, aproximadamente R$ 2,7 bilhões.

O investimento acontecerá em etapas, sendo a primeira delas de US$ 50 milhões por 6,4% do capital da Rothy's. Depois da liberação da operação por parte dos órgãos americanos, e até 31 de março de 2022, a Alpargatas comprará mais 17,1% pelo valor de US$ 150 milhões.

Ainda no primeiro semestre do ano que vem, a empresa investirá outros US$ 275 milhões em uma outra etapa, que compreenderá uma oferta de ações.

Esperamos impacto positivo nas ações da Alpargatas no curto prazo, tendo em mente que aquisição é um importante passo no processo de expansão global da companhia e na consolidação de estratégia em ser uma plataforma de marcas desejadas e hiperconectadas.

Essa é a segunda aquisição da empresa desde sua saída dos negócios que possuía com a Mizuno e a Osklen.

O crescimento global da marca está cada vez mais forte, o que mostra que ela está deixando de ser uma monomarca para se concentrar em aquisições de empresas que completam seu portfólio.

Com mais de 2 milhões de clientes e um faturamento de US$ 140 milhões com a venda de 5,5 milhões de pares de calçados nos últimos 12 meses encerrados em novembro, a Rothy's é focada na sustentabilidade. Ela usa materiais reciclados para fazer itens como calçados e bolsas.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.