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OPINIÃO

Antiga BR Distribuidora lucra R$ 2,5 bi e ruma para a transição energética

Rafael Bevilacqua

24/03/2022 09h01

Hoje comentaremos os resultados da distribuidora Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, referentes ao quarto trimestre de 2021, após um ano desafiador, marcado por transformações no modelo de negócios de companhia.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Vibra Energia fecha 2021 com lucro de R$ 2,5 bilhões

A Vibra Energia (VBBR3) reportou na terça-feira seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2021, encerrando um ano desafiador com lucro bilionário e avanços significativos na direção de seu objetivo de se consolidar como uma verdadeira "corporation", com foco em soluções de energia, não apenas na distribuição de combustíveis.

A receita líquida da companhia no trimestre foi de R$ 39,3 bilhões, crescimento de 10% com relação ao trimestre imediatamente anterior e 61,6% maior do que o reportado no quarto trimestre de 2020. O bom desempenho na linha de receita se deve principalmente ao aumento dos preços dos combustíveis no período.

Já o lucro bruto totalizou R$ R$ 2,2 bilhões no trimestre, volume 42,1% maior do que o auferido um ano antes. A margem bruta, por outro lado, recuou de 6,3% no quarto trimestre de 2020 para 5,5% no último trimestre do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,6 bilhão no trimestre, quantia 1,1% inferior ao reportado um ano antes, apesar do aumento da receita.

Por fim, devido a eventos extraordinários e não recorrentes, o lucro líquido caiu de R$ 3,1 bilhões no quarto trimestre de 2020 para R$ 1 bilhão no trimestre encerrado em dezembro do ano passado.

A queda no lucro líquido se deve à forte base de comparação com o quarto trimestre de 2020, quando houve uma contribuição da primeira reavaliação de passivos, decorrente da mudança dos planos de saúde da companhia, que aumentou o lucro da empresa no período em R$ 2,1 bilhões.

Apesar de a elevação dos preços dos combustíveis impulsionar a receita no curto prazo, houve também um aumento da necessidade de capital de giro no trimestre. Além disso, a defasagem dos preços dos combustíveis nas refinarias brasileiras com relação ao mercado internacional também contribuiu para reduzir as margens da Vibra no período. Para assegurar o fornecimento a seus clientes, a Vibra afirmou que realizou importações de seus produtos.

Para o futuro, vemos a companhia muito bem posicionada e pronta para se beneficiar da transição energética rumo a uma economia de baixo carbono.

A Vibra vem realizando movimentações desde 2020 em direção a uma atuação na comercialização, distribuição completa no segmento de energia de maneira mais ampla, englobando novos combustíveis e fontes de energia (etanol, biogás, GNL). Como exemplos desse movimento, temos a compra da Targus, uma trading de energia, e a joint venture (empreendimento conjunto) com a Copersucar, se tornando a maior comercializadora de etanol do Brasil e uma das maiores do mundo.

Portanto, esperamos impacto ligeiramente positivo nas ações da companhia no curto prazo.

As ações da Vibra (VBBR3) fecharam em alta de 0,04% no pregão de quarta-feira, cotadas a R$ 24,07.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.