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OPINIÃO

Opinião: Criptomoedas desabam com aumento de riscos na economia global

Com novo cenário global, veremos que criptomoedas vão sobreviver ao teste do tempo - Shutterstock
Com novo cenário global, veremos que criptomoedas vão sobreviver ao teste do tempo Imagem: Shutterstock

Rafael Bevilacqua

27/05/2022 09h26

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O mercado de criptomoedas tem sofrido duras perdas nas últimas semanas, em meio à deterioração das perspectivas para a economia global e ao consequente aumento dos juros que tem sido observado em algumas das principais economias do mundo.

O bitcoin (BTC), a primeira e a mais famosa das criptomoedas, saiu de US$ 46 mil no dia 1° de abril para US$ 28 mil nesta sexta-feira (27). Isso representa uma desvalorização de 39% em menos de 2 meses.

O ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda do mercado, sofreu uma desvalorização ainda mais impressionante no mesmo período, saindo de US$ 3.400 para US$ 1.700 - uma desvalorização de 50%.

Ao entrar mais a fundo no mercado de altcoins, como são conhecidas as criptomoedas que não são o bitcoin, encontramos ativos que pareciam promissores, mas que praticamente viraram pó nos últimos meses.

Para entender esse fenômeno, é preciso compreender os motivos por trás da disparada do mercado cripto nos últimos anos.

Mesmo antes da pandemia, os criptoativos vinham em alta, diante do cenário de elevada liquidez global e taxas de juros baixas, o que favorece os ativos de risco. Com o início da crise sanitária, os bancos centrais ao redor do mundo adotaram medidas ainda mais flexíveis no que diz respeito à política monetária, cortando juros e intensificando programas de compra de ativos.

Diante do aumento repentino da liquidez nos principais mercados globais, bem como a redução abrupta da rentabilidade da renda fixa, cresceu ainda mais o apetite por ativos que ofereciam a possibilidade de retornos exorbitantes, mesmo que às custas de um risco elevado.

Ao longo da pandemia, o bitcoin disparou de preço e atingiu patamares recordes, enquanto diversas altcoins obtiveram valorizações explosivas, despertando o interesse de cada vez mais investidores.

Diante desse otimismo exacerbado, uma série de ativos sem fundamentos sólidos, como moedas inspiradas em memes da internet, atingiram patamares de preço que beiravam a irracionalidade.

Contudo, com o arrefecimento da pandemia e o retorno à normalidade econômica, ficou muito mais fácil separar o joio do trigo, e mesmo os bons criptoativos, como bitcoin e ethereum, devolveram parte dos ganhos acumulados durante o período de juro real negativo, "coronavouchers" e inflação sob controle.

A curva chegou para os pilotos de reta do mercado cripto, e aqueles que não conheciam bem a pista se chocaram violentamente contra o muro da realidade. Agora, com inflação elevada, juros em alta ao redor do mundo e um cenário desafiador pela frente, conheceremos quais são os verdadeiros gênios desse novo mercado e quais os ativos capazes de sobreviver ao teste do tempo.

Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre a aquisição do Grupo Big pelo Carrefour.

Um abraço,

Rafael Bevilacqua
Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante

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