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ANÁLISE

Mesmo com hambúrguer mais caro, lucro do McDonald's cai no 2° trimestre

Reprodução/McDonald"s Suomi
Imagem: Reprodução/McDonald's Suomi

Rafael Bevilacqua

27/07/2022 08h50

Foram divulgados os resultados da rede de fast food McDonald's referentes ao segundo trimestre deste ano, período marcado pela alta generalizada dos custos e despesas provocadas pelo fim da operação da companhia na Rússia. Mesmo com aumento de preços nos sanduíches, o lucro da empresa caiu.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

Se você costuma comer em restaurantes de fast food, mesmo que eventualmente, com certeza notou um explosivo aumento de preços desde a reabertura da economia, passado o momento mais crítico da pandemia de covid-19.

A alta de preços é generalizada. Hambúrgueres, batatas fritas, cachorros-quentes, sobremesas, não importa seu prato preferido, ele com certeza está muito mais caro hoje do que estava no começo do ano passado.

Diante desse cenário, o consumidor pode ter a falsa impressão de que as grandes redes de fast food estão aproveitando a retomada da atividade econômica para ganhar um bom dinheiro. A realidade, contudo, é bem diferente.

Na terça-feira (26), o McDonald's (Nyse: MCD) divulgou seu balanço do segundo trimestre deste ano, com números muito abaixo do reportado um ano antes. O lucro líquido da companhia caiu 46,4% na comparação com o segundo trimestre de 2021, totalizando US$ 1,18 bilhão, enquanto as receitas da empresa apresentaram recuo mais tímido, de 2,87%, atingindo US$ 5,71 bilhões.

Olhando esses números, nota-se uma queda desproporcional do lucro com relação à receita, o que significa que as vendas da rede de fast food seguem em patamares elevados, mas a alta dos custos tem pressionado as margens da companhia, provocando uma forte redução do lucro.

O motivo para isso é simples: o McDonald's atua em um dos setores da economia mais afetados pela inflação, o de alimentação e bebidas. Isso quer dizer que os custos de produção dos sanduíches, acompanhamentos, bebidas e sobremesas da rede têm subido em ritmo acelerado, dificultando o repasse dessa inflação para o consumidor final.

Produtos como carne, pão, leite e tomate ficaram mais caros não apenas nas prateleiras dos supermercados, mas também nos contratos firmados entre grandes redes de restaurantes e seus fornecedores.

Apesar da queda do lucro, a demanda pelos produtos da rede segue aquecida, e o mercado enxerga o McDonald's como uma companhia resiliente e que tem sido bem-sucedida em atravessar o desafiador período pelo qual o mundo está passando.

As ações do McDonald's fecharam em alta de 2,68% na terça-feira, cotadas a US$ 257,09.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.