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3 fatos que afetam o rumo da Bolsa que você precisa saber antes de investir

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/07/2021 04h00

As Bolsas do mundo todo estão em um período de muito sobe e desce —a chamada volatilidade — e esse cenário não deve acabar tão cedo. Existem fatos e situações que estão mexendo com os preços das ações que todo investidor precisa saber antes de investir.

O economista Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimentos, explica quais são, e como esses assuntos afetam as recomendações feitas pelo especialista aos assinantes do UOL. Leia abaixo.

1. Estímulos para economia chinesa

Um dos principais fatores que fizeram os mercados recuarem nas últimas semanas veio da China. O governo do país sinalizou que começaria a criar mais medidas de estímulos para a economia.

Nessa hora, o investidor deve estar se perguntando por que as Bolsas no mundo e por aqui caíram após essa sinalização. Bom, porque esse aceno fez os investidores se questionarem se de fato a economia chinesa está retomando o crescimento de forma rápida.
Felipe Bevilacqua

Para o analista, esse movimento do país foi apenas uma correção técnica e não muda a tese de forte retomada de economia na China e nem a visão positiva para o minério de ferro e as ações da Vale (VALE3).

"Nossa recomendação em comprar as ações da Vale (VALE3) segue mais viva do que nunca", afirma o analista.

Ele elenca os três principais motivos para que a Vale ainda esteja na carteira recomendada aos assinantes:

1. A economia chinesa segue em forte ritmo de crescimento, como mostram os dados de crescimento do PIB do segundo trimestre deste ano, que registraram avanço de 7,9%. Somente em 2021, o país cresceu 12,7%;

2. O minério de ferro segue acima dos US$ 200 e, mesmo com projeções para minério de ferro entre US$ 130 e US$ 140, a Vale é extremamente atrativa;

3. A posição numa empresa exportadora com receita dolarizada é uma importante forma de se proteger e não correr riscos do mercado brasileiro.

Além disso, na última segunda-feira (19) a Vale divulgou seu relatório de produção e vendas do segundo trimestre e reportou um crescimento de 11,3% na produção de minério de ferro frente aos primeiros três meses do ano, e de 12% quando comparado com o mesmo período de 2020.

"Os números vieram bons e em linha com o esperado. O mercado reagiu bem aos dados, refletindo positivamente na cotação das ações da mineradora", afirma Bevilacqua.

2. Crise hídrica e os impactos na retomada econômica

Outro ponto que vem chamando a atenção do investidor nas últimas semanas é a crise hídrica.

"O Brasil está diante da maior seca dos últimos 100 anos, e isso tem uma grande consequência para o nosso setor energético, já que nosso modal está pautado na energia hidroelétrica e reservatórios estão em níveis alarmantes", diz o analista.

Mas o que muda para o investidor?

Bom, de forma geral, a crise hídrica pode ser um fator limitante para a nossa retomada econômica que está em curso. Nossas projeções apontam para um crescimento da economia brasileira de 5% a 5,5% em 2021. Portanto seguimos atentos com o cenário. Mas, de forma mais específica, temos nossa recomendação de compra nas ações da Transmissão Paulista (TRPL4).
Felipe Bevilacqua

E por que o segmento de transmissão não "sofre" com a crise hídrica?

Nosso setor elétrico se divide em três grandes subgrupos: geração, transmissão e distribuição. As geradoras são as empresas do grupo que, como o próprio nome diz, geram a energia elétrica para o sistema nacional.

As empresas de transmissão disponibilizam as redes de transmissão que levam a energia elétrica das geradoras até os grandes centros urbanos em redes de alta tensão. Já as distribuidoras realizam a queda da energia para baixa tensão e entregam em nossas casas.

Se tem uma regra de Bolsa que os investidores de ações têm que saber sobre as empresas do setor elétrico é que as ações do segmento de geração e distribuição de energia têm exposição e risco aos volumes de energia e preço, e que as empresas do segmento de transmissão praticamente não são impactadas pelos volumes de energia e preço. Portanto, as ações da Transmissão Paulista (TRPL4) praticamente não serão impactadas caso a crise energética se agrave.
Felipe Bevilacqua

3. Tributação de dividendos

Mais um ponto de atenção é sobre a mudança de tributação para dividendos proposta no texto da reforma tributária que tramita no Congresso.

Essa é uma coisa que você, investidor, tem que ter na cabeça: isso vai acontecer cedo ou tarde. Nesse momento, o mais importante é que, para o bem ou mal, ela seja definida. Pior do que uma tributação é uma incerteza jurídica.
Felipe Bevilacqua

Isso porque a proposta de taxar os dividendos das empresas em 20% ainda será debatida e, enquanto o Congresso não aprovar o texto, ainda não há certeza na mudança.

O mesmo vale para a tributação dos dividendos de fundos imobiliários, que foi proposta no texto feito pelo governo, mas retirada pelo relator da reforma na Câmara.

Leia aqui o relatório completo preparado pelo analista sobre esses fatos que vão mudar o rumo da Bolsa, e entenda como está o desempenho das ações indicadas por ele para os assinantes do UOL.

Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão aqui. O investidor deve considerar que Magalu sai das carteiras e é substituída pela Via —ex-Via Varejo:

- Carteira quem não aceita risco algum;

- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco;

- Carteira para quem é mais moderado;

- Carteira para quem aceita mais risco;

- Carteira para quem aceita alto risco.

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Tem alguma dúvida sobre algum investimento? Pode enviar para o Felipe: duvidasparceiro@uol.com.br

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.