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Empresa da Casas Bahia cai na Bolsa; agora é hora de investir, diz analista

15/09/2021 04h00

A Via, ex-Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto (ex-Pontofrio), segue em queda na Bolsa. Em 2021, as ações da companhia já acumulam recuo de 14%, até a sessão da última terça-feira (14). Para quem investe em Bolsa ou quer investir, este é o momento de comprar ações da companhia, segundo o economista Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimento.

O analista adicionou a empresa nas carteiras recomendadas feitas por ele aos assinantes de UOL. Agora, o especialista recomenda aumentar em mais 1% a posição em Via (VIIA3), somando 2% do total de recursos da carteira de ações aplicados na empresa. Entenda abaixo por que o analista recomenda a companhia, e o que esperar das ações da Via.

Potencial de valorização

"As ações da Via já estavam descontadas (valendo menos do que deveriam valer) quando inserimos nas carteiras. Porém, com os últimos movimentos de queda da Bolsa, as ações sofreram fortemente, ficando extremamente 'amassadas'", afirma o analista.

"Isso faz com que as ações tenham um potencial de valorização ainda maior, já que as projeções continuam as mesmas, mas agora partindo de um preço menor. E para quem comprou as ações com uma cotação um pouco acima, é a hora de melhorar o que chamamos de preço médio (PM) e ter um maior proveito desse potencial de valorização", diz Bevilacqua.

Por que comprar ações da Via (VIIA3)?

Segundo o analista, existem pelo menos cinco motivos para aumentar a fatia de Via na carteira de ações.

1. Conclusão do turnaround --empresa saiu de prejuízo para lucro;
2. Crescimento de receita e de vendas;
3. Aquisições em linha com a estratégia de crescimento da companhia;
4. Melhora e eficiência na estrutura de logística;
5. Expansão de lojas para regiões onde atuam concorrentes menores, ganhando participação de mercado e impulsionando as vendas online nessas regiões.

"Os resultados do segundo trimestre de 2021 da Via vieram bons, apresentando crescimento nas principais linhas, algumas delas acima do esperado.
A retomada econômica, de fato, está acontecendo, o que está se refletindo nos hábitos de consumo. A demanda reprimida, gerada pela pandemia, está dando lugar a uma sede de consumo. É o que esperamos ver nos resultados do terceiro e, principalmente, do 4º trimestre desse ano", afirma Bevilacqua.

Para o especialista, o desejo por consumo, reprimido por conta da pandemia, vai afetar o valor da companhia.

"Isso, de fato, afeta o valor da companhia, e, em meio às incertezas, seja em virtude do poder de compra da população ser corroído pela inflação crescente, seja por fatores políticos que poderiam culminar em uma alta da taxa de juros ou até mesmo por fatores sanitários, que não nos permitiam cravar uma data [para a retomada] ou, ainda, se haveria um controle da pandemia que assolava a população mundial", afirma o analista.

Empresa tem plano de negócios

"Do ponto de vista do negócio, a Via tem um plano de negócios a ser executado. Não é a primeira crise a ser enfrentada com projetos em andamento. A empresa se preparou e se prepara para preservar um dos principais princípios estudados em contabilidade, o da continuidade. Esse princípio pressupõe que a companhia continuará em atividade no futuro, e, na visão do sócio, este buscará sempre um maior lucro", afirma Bevilacqua.

Um exemplo de preparação do negócio é que a Via investiu em seu e-commerce, para conseguir atender melhor, investiu também em sua estrutura logística, expandiu ganhando marketshare e isso rapidamente se refletiu em crescimento da receita. "A Via aproveitou as oportunidades, dado que, aos olhos de sua gestão, o mercado estava fornecendo", diz.

Como saber se é hora de comprar uma ação

As últimas sessões do Ibovespa têm gerado uma certa preocupação nos investidores. No dia 15 de junho, a Bolsa fechava aos 130.091 pontos e de lá para cá esse patamar começou a ficar distante, chegando no momento mais crítico, aos 113.412 no dia 8 de setembro.

Alguns fatores como inflação, taxa de juros e cenário político têm influenciado essa volatilidade. "Mas é muito importante saber distinguir o que é 'ruído' do que é, de fato, estrutural", afirma Felipe Bevilacqua, analista da Levante Ideias de Investimentos. Como saber em qual empresa investir com o sobe e desce da Bolsa? O analista explica abaixo.

O fato de a Bolsa cair ou subir não significa que determinada empresa vai cair ou subir junto. E mesmo que aconteça uma queda generalizada, como ocorreu em março do ano passado, esse recuo também não significa que as empresas são ruins ou estão em um momento ruim.

Para separar o joio do trigo, Bevilacqua explica que faz uma análise "top down", do macro para o micro.

"Analisamos os indicadores macroeconômicos e, consequentemente, como eles podem impactar os setores. A partir daí, verificamos como cada empresa, de cada um destes setores, será impactada, e só então fazemos o 'stock picking' daquelas que entendemos como baratas em comparação com outras empresas", afirma o analista.

'Stock picking' é uma técnica utilizada por muitos investidores. A ideia é comprar ações de empresas que têm potencial de subir acima de índices de referência, como o Ibovespa. Assim, mesmo que o Ibovespa caia, essas ações seguem em alta.

"Quando me reúno com minha equipe para discutir o cenário e entender o que, de fato, pode ter grande impacto nas ações das empresas, fazemos uma análise profunda e criamos alguns cenários possíveis, do mais provável até o improvável, justamente para compreender qual direção seguir em diferentes cenários que mensuramos constantemente", diz Bevilacqua.

O analista reforça as empresas recomendadas aos assinantes do UOL. Para quem ainda não pegou as recomendações de investimentos, elas estão aqui. O investidor deve considerar que Magalu sai das carteiras e é substituída pela Via —ex-Via Varejo. Além disso, agora, a Raízen entra na lista das indicações.

- Carteira quem não aceita risco algum;

- Carteira para quem tem perfil mais conservador, mas aceita um pouquinho de risco;

- Carteira para quem é mais moderado;

- Carteira para quem aceita mais risco;

- Carteira para quem aceita alto risco.

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Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo analista Felipe Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.