Olá, investidor. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) acalmou os mercados após confirmar o início da redução de estímulos neste mês de novembro, com corte de US$ 15 bilhões nas compras de títulos. O ritmo do chamado 'tapering', a redução no volume de compra de ativos e que deve ser concluída ao longo de 2022, não é um sinal específico de alta dos juros nos Estados Unidos, segundo Jerome Powell. O mercado de trabalho, por sua vez, só deverá se normalizar por completo no segundo semestre do ano que vem. A declaração de Powell fez as bolsas americanas subirem e também elevou os ganhos do Ibovespa por aqui. Porém, mais ao final da tarde de quarta-feira (3), o principal índice da B3 devolveu os ganhos do dia, dado o peso das indefinições da PEC dos Precatórios. O Ibovespa ficou de lado com leve variação positiva de 0,06%, aos 105.616 pontos. E hoje, o que esperar? As bolsas internacionais operavam em alta na manhã desta quinta-feira (4), com os investidores reagindo positivamente à mudança gradual de política monetária que está sendo conduzida pelo Fed e refletindo a boa temporada de resultados das empresas. Powell passou ao mercado uma mensagem que o Fed continuará tomando muito cuidado para desfazer os programas de suporte à economia. Mesmo com a decisão do Fed, que foi baseada "numa melhora substancial da economia", particularmente, ainda tenho receios quanto à velocidade de recuperação da economia americana quando os estímulos forem retirados. Os receios hoje são menores do que alguns meses atrás, principalmente após a divulgação de alguns dados econômicos um pouco mais positivos. Continuarei acompanhando a divulgação dos indicadores e analisando cenários possíveis. Além dos riscos envolvendo a economia dos EUA, temos no horizonte uma economia chinesa desacelerando e impactada por novos surtos do Covid-19, que devem desacelerar ainda mais a atividade daquele país. O cenário me parece ligeiramente mais positivo para os próximos meses, porém com alguns eventos que podem mudar rapidamente esse quadro. No Brasil tivemos na madrugada a aprovação da PEC dos Precatórios em primeiro turno na Câmara. A aprovação foi apertada e só aconteceu após algumas manobras e, provavelmente, liberação de verbas para as bancadas. A aprovação da PEC ajuda a dissipar incertezas envolvendo a questão fiscal brasileira para 2022, o que pode auxiliar uma recuperação dos ativos de risco nos próximos dias. No 'Investigando o Mercado' de hoje (exclusivo para assinantes do UOL): resultados do terceiro trimestre de Itaú e XP. Abraços, Felipe Bevilacqua Analista de Investimentos de Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |