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Com aquisições, BTG cresce 33% na Bolsa em 2021; ainda vale investir?

Carolina Pulice

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/05/2021 04h00

O banco de investimentos BTG Pactual realizou uma série de aquisições neste ano, aumentando seu negócio. De janeiro até terça-feira (25), o preço das ações (BPAC11) da companhia subiu 32,5%. Esse crescimento tem feito investidores questionarem se a empresa poderia crescer ainda mais.

Somente neste ano a companhia adquiriu 100% da corretora de valores Fator, comprou todas as ações do Banco Pan e a titularidade da CaixaPar, comprou também 100% do capital social da Necton Investimentos, fechou parceria com a empresa Mosaico e realizou a aquisição de 100% do capital social do Kinvo.

A empresa ainda confirmou que está negociando a compra do Grupo Universa, da casa de análises Empiricus, e da consultoria Vitreo. "A negociação ocorre no curso normal dos seus negócios, sendo complementar à atual estratégia de expandir ainda mais suas receitas e capacidade de distribuição, conforme amplamente divulgado ao mercado", disse o banco em nota.

As movimentações do banco têm gerado questionamentos entre os investidores e analistas se o tamanho do banco vai deixá-lo mais ou menos atrativo na Bolsa. Entenda a análise que eles fizeram para o UOL.

Banco tem acertado nos investimentos, dizem analistas

Para analistas consultados pelo UOL, a companhia tem acertado em cheio nos novos investimentos e deve ser um ativo promissor no curto, médio e longo prazo.

Os números do banco comprovam tal posicionamento. De acordo com seu balanço no primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido ajustado da companhia cresceu 52% em relação ao mesmo trimestre de 2020, ao mesmo tempo que seu ROAE — retorno sobre patrimônio médio e que demonstra a lucratividade da empresa para o investidor — foi de 16,8% no primeiro trimestre deste ano.

Para nível de comparação, o retorno sobre patrimônio do maior banco privado do país, o Itaú, teve um retorno anualizado de 15,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

É muito difícil achar empresa que entregue estes dois indicadores positivos ao mesmo tempo. A companhia está demonstrando competência extrema para executar sua estratégia de expansão de forma orgânica e inorgânica ao adquirir novas empresas.
Rafael Ragazi, analista da Nord Research

Aquisições ajudam na expansão dos serviços da empresa

As compras, segundo analistas, foram estratégicas e apontam para uma expansão dos serviços tecnológicos da companhia.

Para o cliente, [as aquisições] são saudáveis, porque tem mais gente investindo, melhorando suas operações, querendo oferecer o melhor serviço possível. O mercado como um todo está ganhando, ganha em preço, em qualidade com esta corrida por tecnologia.
Rodrigo Marcatti, sócio fundador da Veedha Investimentos

A Kinvo, por exemplo, é uma fintech que permite ao usuário consolidar investimentos de diferentes instituições financeiras em uma única carteira.

Com isso, a companhia registrou o valor de R$ 767,3 bilhões em ativos sob gestão ou custódia superior ao valor de R$ 429,4 bilhões no mesmo trimestre do ano anterior.

O que muda para o investidor?

As últimas aquisições mudam o cenário para o investidor de forma positiva. O BTG Pactual, que já tem uma participação de mercado relevante na área de Wealth Management (gestão de grandes fortunas), vem buscando tornar sua área de varejo igualmente forte em relação à participação de mercado.
Vitor Carvalho, analista do
Investmind

Apesar das altas apostas, analistas afirmam que o banco tende a crescer ainda mais, o que faz dele ainda um bom investimento. Em apenas um mês, as ações da companhia (BPAC11) cresceram 24%, e em um ano houve um aumento de 171%, passando a valer em torno de R$ 125,00.

A gente vê com bons olhos as aquisições recentes. Há no mercado uma busca em abertura de contas, novos clientes, e dentro deste contexto a gente vê o BTG saindo na frente.
Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

Apesar dos altos e baixos, o banco tem sido avaliado como promissor por conta de aspectos como expansão das unidades de negócios para o varejo e pessoa física, por ser líder ou relevante em diversas áreas de negócio (como banco de investimentos, vendas e negociações e administração de ativos), por possuir forte cultura, operando no modelo de parceria e pela administração experiente.

A companhia ainda tem muito crescimento não precificado, existe uma oportunidade muito grande de investimento no BTG, que tem condições de entrar um crescimento maior do que o esperado. O banco é uma excelente oportunidade de investimento no momento.
Rafael Ragazi, analista da Nord Research

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