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Bitcoin e as criptomoedas podem servir como um seguro para suas ações?

Vinícius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/06/2021 04h00

O bitcoin e outras criptomoedas, como a dogecoin e ethereum, chamaram a atenção nas últimas semanas por causa do forte sobe e desce das cotações, e começam a atrair investidores curiosos e interessados em diversificar os investimentos em renda variável, e que acreditam que, quando a Bolsa cai, as criptomoedas sobem.

Muitos investidores acreditam nessa relação entre Bolsa e criptomoedas, e apostam nas moedas digitais como uma forma de proteger a carteira de ações.

"O bitcoin e as demais criptomoedas caindo não causam um efeito positivo no mercado de capitais. No ano passado, o mercado de capitais caiu por conta da pandemia e o bitcoin subiu. Isso dá uma falsa impressão de que ambos andam de maneira oposta, o que não é verdade", disse Johnny Mendes, professor de economia na FAAP.

O UOL Economia+ ouviu analistas para entender se as criptomoedas podem ser usadas como uma proteção de carteira, como ocorre com o ouro, por exemplo. Leia o que eles disseram.

Criptomoedas não têm relação com o mercado de ações

De acordo com Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos e professora de finanças corporativas na ESPM, o bitcoin e outras criptomoedas não têm correlação com as ações, mas também não se comportam exatamente de forma contrária, ou seja, eles podem subir ou cair por conta própria.

O ouro, por exemplo, tem uma correlação negativa direta com o mercado real e é utilizado como proteção por isso. Quando a Bolsa cai, geralmente o ouro sobe. A criptomoeda consegue contrabalancear perdas do mercado de capitais tradicional obrigatoriamente, como o dólar, euro, o ouro.
Simone Pasianotto

Criptomoedas não servem para proteger carteira de ações

Segundo especialistas ouvidos pelo UOL Economia+, de forma geral, as criptomoedas não podem ser utilizadas para proteção de uma carteira de investimentos.

Segundo o professor Mendes, da FAAP, o investidor deve buscar ativos, como o dólar, por exemplo, como maneira de ter um "seguro" para a carteira de investimentos, em que quando o dólar cair, a Bolsa deve subir.

Quanto ter de criptomoedas na carteira?

Apesar de não possuir a característica de segurar as ações, as criptomoedas podem, sim, compor uma carteira de investimentos.

Para Luca Honda, analista da Necton, apesar das quedas recentes, as criptomoedas ainda podem fazer parte de um portfólio de investimentos balanceados.

Os fundamentos das criptomoedas não se perderam, a questão é que o mercado ainda é muito especulativo. Mas ele [mercado de criptos] não acompanha o mercado acionário, a cena política, câmbio, então é uma forma de diversificar.
Luca Honda

Para Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton, as criptomoedas podem fazer parte do patrimônio, mas com bastante cuidado por parte do investidor.

"Colocaríamos no máximo 1% do total do patrimônio pela questão da volatilidade, que pode subir 10% em um dia e cair 20% no outro", disse.

Mesmo o investidor com perfil mais arrojado, ou seja, aquele que aceite mais o sobe e desce do preço, não deve ultrapassar os 5% do patrimônio com criptomoedas.

Hoje, o investidor com perfil mais arrojado, deve ter menos de 5% da carteira em criptomoedas, já que esse mercado ainda conta com muitos torcedores e não investidores.
Simone Pasianotto

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