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Gastar é mais gostoso do que investir; como mudar isso e garantir o futuro?

Do UOL, em São Paulo

25/06/2021 04h00

Por que é tão difícil pensar no longo prazo, principalmente quando se trata de dinheiro? Segundo especialistas, existem motivos psicológicos e históricos que impedem grande parte das pessoas de pensar no futuro —é como se pensar muito lá na frente não fizesse sentido.

"A nossa relação com o dinheiro é mais emocional do que racional, aquela sensação de comprar um produto e ser recompensado na hora é mais comum na nossa vida do que o pensamento de longo prazo", afirmou Tito Gusmão, fundador e CEO da Warren, durante encontro do Guia do Investidor UOL, série de eventos gratuitos e quinzenais do UOL Economia+ para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro.

"A gente vê uma mudança de comportamento, mas as pessoas ainda estão caindo nas mesmas armadilhas que o mercado proporciona", afirmou Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest by Nubank. Confira abaixo a análise feita pelos especialistas e entenda os gatilhos que te impedem de pensar no longo prazo, e como evitá-los.

Perder é a parte mais difícil

Para Macedo, o investidor praticamente esquece do que já ganhou numa aplicação no momento em que perde dinheiro com ela. E essa é uma das armadilhas do mercado, afirmou.

"A sensação de prazer quando o investidor tem um lucro na operação é rapidamente dissipada, mas a sensação de dor é muito maior e mais longa [quando você perde]", afirmou Macedo.

Inflação alta do passado ainda influencia

Para Tito Gusmão, o brasileiro ainda não superou o passado em que os índices de inflação chegavam a 2500% ao ano, e por isso tem dificuldade de pensar no longo prazo.

"Em 1993, se você quisesse comprar o carro da época e juntasse todo o dinheiro, o valor seria suficiente só para comprar o tapete do carro depois de um ano. Fazer planejamento financeiro era impossível", afirmou Gusmão.

Com índices bem diferentes do passado hiperinflacionário, o país tem mais estabilidade hoje, e o brasileiro tem mais condições e opções para diversificar investimentos.

"Essa geração nasceu em um país com estabilidade de moeda e uma taxa de juros baixa, então agora o cenário é diferente. Para o brasileiro se planejar, ele tem todas as cartas na mesa", disse Gusmão.

Tecnologia ajuda a pensar no longo prazo

Como desviar desses gatilhos, e começar a pensar no futuro?

Segundo Macedo, a entrada de pessoas mais jovens no mercado tem fomentado o hábito de pensar investimentos no médio e longo prazo, e a tecnologia tem ajudado no monitoramento de objetivos.

"A tecnologia vem ajudando e trazendo suporte para que o investidor saiba se aquilo que ele planejou no início do caminho está na trilha certa ou se vai precisar de ajuste", afirmou Macedo.

Outra estratégia é não olhar para a Bolsa todos os dias, caso você seja investidor iniciante. Segundo Macedo, acompanhar o sobe e desce diariamente pode gerar medo e fazer o investidor desistir do mercado.

Para Gusmão, imaginar a tranquilidade futura também ajuda, mas, na prática, investir 10% do que se ganha assim que o salário cair é a melhor estratégia, afirma.

"O primeiro hábito é o de poupar. Investir precisa entrar como despesa", disse. Para ele, ao fazer um acompanhamento mensal ou anual dos investimentos, o especialista acredita que o efeito de ver o dinheiro se multiplicando ajuda a focar no longo prazo.

Mas isso só é válido, disse, se o investidor tiver metas claras. Com objetivos bem definidos, é mais fácil manter o hábito de investir para o longo prazo.

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