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Empresas estreiam na Bolsa, mesmo com Ibovespa em queda; vale investir?

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/08/2021 04h00

Na última semana, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, apresentou queda acumulada de 1,32%. Apesar do recuo, algumas empresas mantiveram o plano de realizar o IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês) para captar recursos com investidores brasileiros.

Das companhias AgriBrasil, Kora Saúde, Oncoclínicas e Viveo, que haviam planejado o lançamento para a última semana, apenas a AgriBrasil, empresa de exportação de grãos, informou que pediu a interrupção do prazo de análise para registro, mas que o IPO segue em seus planos. Veja abaixo em qual das estreantes vale a pena investir, segundo analistas ouvidos pelo UOL.

Empresas de saúde estreiam com alta

As companhias do setor de saúde, que vem em alta em meio a pandemia da covid-19, mantiveram suas ofertas e estrearam com alta. A Kora Saúde, que possui uma rede hospitalar independente com 12 hospitais próprios, fixou suas ações a R$ 7,20, e teve alta de quase 12% no primeiro dia de operações na Bolsa.

A Viveo, distribuidora de produtos médicos, precificou o IPO em R$ 19,92 e registrou alta de mais de 10% no dia de estreia. Já a Oncoclínicas, empresa líder no tratamento de câncer na América Latina, viu seus papéis caírem 3,2% no dia de estreia na Bolsa. Suas ações estavam precificadas em R$ 19,75 por papel e fecharam o dia em R$ 19,11.

"A área da saúde está em expansão. Levando em conta que os insumos estão cada vez mais caros e a saúde custa caro no Brasil, os IPOs dessas empresas serão benéficos como um todo, seja para expansão, produção e investimentos em novos medicamentos", afirma Ricardo Oliboni, analista da Axia Investing.

Vale a pena ter ações dessas empresas?

Analistas ouvidos pelo UOL afirmam que o setor de saúde pode ser uma oportunidade para os investidores, mas é preciso atenção em relação a concentração concentração da carteira de investimentos em apenas um setor.

Confira o que eles disseram sobre cada estreante.

Kora Saúde: ampliação de rede de hospitais

A Kora Saúde deve utilizar os recursos captados na Bolsa para ampliar sua rede de hospitais. Segundo Ricardo Oliboni, da Axia, o papel da empresa está com preço justo e o investidor pode considerar ter as ações da companhia na carteira.

"Ela irá se capitalizar fortemente com a abertura de capital, podendo ampliar sua rede de hospitais. Com certeza [vale a pena investir], pois está em um preço justo", afirma.

Oncoclínicas: é melhor esperar, diz analista

A Oncoclínicas teve que se contentar com um valor abaixo do que gostaria inicialmente quando planejou listar as ações na Bolsa, já que os agentes do mercado não toparam pagar o que a empresa pedia, que ia de uma faixa de R$ 22 a R$ 30 anteriormente.

Para Oliboni, a companhia ainda deixa dúvidas em relação ao preço das ações na Bolsa e a capacidade de entrega de bons resultados.

"Eu aguardaria para ver como as ações se comportam nos próximos meses", diz.

Viveo: expansão de fábrica

Em relação a Viveo, os analistas ouvidos também acreditam que a empresa é uma boa oportunidade para os investidores, já que conseguiu captar um bom montante para financiar a operação de fabricação de materiais hospitalares e medicamentos.

"A oferta da Viveo movimentou R$ 1,8 bilhão e aproximadamente R$ 700 milhões foram para o caixa da empresa. Esse mercado está em pleno crescimento", afirma Oliboni.

AgriBrasil vai esperar para entrar na Bolsa

Para Rodrigo Glatt, sócio da gestora GTI, apesar do adiamento do IPO, a companhia tem uma atividade interessante que, em um mercado pouco mais tranquilo nas próximas semanas, pode fazer sentido para o investidor.

"Era uma empresa pequena, me parece um modelo interessante. É uma empresa muito nova, mas cresceu muito, faturando mais de R$ 1 bilhão, com lucro já no ano passado,. Ela tem um share [parte do mercado] na pauta de exportações do Brasil muito pequeno, então parece que há um espaço para crescer nesse negócio", afirma.

um negócio que faz sentido, mas nesse mercado bem estressado está ficando difícil para negócios menores, o mercado fica mais retraído. Eu gostei da empresa, mas acho que o momento não é propício para fazer o IPO", diz.

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