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ANÁLISE

Onde investir o dinheiro para emergência? Diversifica ou deixa num lugar só

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/08/2021 04h00

A reserva de emergência é o primeiro passo no mundo dos investimentos. Mas onde investir? O que precisa ser considerado na hora de escolher os investimentos da reserva? Vale diversificar ou aplicar tudo num único investimento? No Papo com Especialista, programa semanal e ao vivo do UOL, o economista César Esperandio disse que a reserva de emergência deve atender a três pilares.

Ele ainda dá uma dica ao investidor na hora de checar a segurança de um título. Leia abaixo quais são esses pilares e que dica é essa, e assista ao programa completo, que é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido toda quinta-feira, às 15h.

Reserva de emergência: dinheiro disponível

A reserva de emergência é aquele dinheiro que, mesmo aplicado, deve estar disponível para você usar a qualquer momento.

"O dinheiro no colchão é uma reserva de emergência? Claro que é, mas não está investido e, por isso, não vai render. Você perde poder de compra se agir assim", declarou Esperandio, que é também do canal Econoweek.

O recomendável para uma reserva de emergência é ter um montante que corresponde de seis a 12 vezes o valor do seu gasto médio mensal. Ou seja, se seu gasto mensal gira em torno de R$ 2.000, sua reserva de emergência deve ter entre R$ 12 mil a R$ 24 mil.

Esse dinheiro é para ser usado apenas para emergências.

3 pilares da reserva de emergência

Na hora de montar a sua reserva de emergência, você deve escolher títulos que tenham essas três características:

1) Liquidez imediata: você tem que poder sacar o dinheiro a qualquer momento, mesmo antes da data de vencimento do título.

"Todo título de renda fixa tem uma data de vencimento. Significa que aquele é o período máximo que o seu dinheiro vai ficar investido. Chegando àquela data, você recebe o dinheiro de volta com a rentabilidade combinada", explicou o economista.

2) Previsibilidade da rentabilidade: na hora de investir no título, você já sabe exatamente qual é a rentabilidade combinada.

3) Segurança: os títulos devem ser seguros, sem risco de te dar calote ou fazer você perder dinheiro, em caso de falência da instituição financeira.

Esperandio diz que os investimentos que atendem a esses três pilares são os títulos do Tesouro Selic (públicos) e alguns da renda fixa privada, como CDBs que tenham proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Para o economista, a rentabilidade também deve ser olhada, na hora de escolher um título. "Uma rentabilidade justa para a reserva de emergência é a taxa básica de juros, a Selic", afirmou. A Selic está hoje em 5,25% ao ano.

Títulos públicos e privados

Atualmente, há dois títulos do Tesouro Selic disponíveis na plataforma do Tesouro Direto:

  • Com vencimento em 2024, que está pagando a Selic mais um bônus de 0,19%
  • Com vencimento em 2027, que está pagando a Selic mais um bônus de 0,29%

Na renda fixa privada, você encontra títulos emitidos por bancos e instituições financeiras que pagam mais do que isso. Na plataforma do App Renda Fixa, você encontra CDB que pagam bônus superior ao CDI (que equivale à taxa Selic).

Esperandio disse que é possível analisar o grau de risco desses títulos de renda fixa privada; e muitos estão classificados como risco B+. "B+ não é considerada uma nota muito legal. Para ter uma classificação alta, é preciso ter nota de A para cima: AAA, AA+", explicou.

Outra medida de segurança é checar se a empresa emissora dos títulos está cadastrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Para isso, você pode fazer a busca na plataforma do órgão.

Vale diversificar?

Para o economista, não há necessidade de diversificar se você for montar a sua reserva de emergência apenas com títulos do Tesouro Selic. "Afinal, eles são considerados os mais seguros do país", afirmou.

Caso você queira também ter na reserva de emergência títulos de renda fixa privada, que também atendem aos três pilares, vale sempre checar essa avaliação de risco.

Alguns títulos privados são protegidos pelo FGC, mas, caso a instituição emissora do título entre em falência e não pague esse título, você demora de 10 dias a 40 dias para receber o dinheiro.

"Mas não seria uma má ideia investir tudo num CDB do Itaú, pois dificilmente ele irá falir. Já em CDBs ou outros títulos privados de instituições que nunca ouvimos falar, ou com ratings baixos de agências classificadoras de risco, daí sim vale a pena diversificar", declarou.

Papo com Especialista é toda quinta-feira

O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, das 15h às 16h, na página inicial do UOL e na página de investimentos e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.

Você pode enviar perguntas ao Papo pelo e-mail uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.

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