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Bolsa tem 3ª queda seguida; é hora de vender ou comprar ações?

Raphael Coraccini

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/08/2021 16h09

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, segue acumulando quedas nesta semana. Nesta quarta-feira (18), a Bolsa fechou com recuo de 1,07% —esta é a terceira queda seguida. Com o recuo, a Bolsa atinge o menor nível em quatro meses, abaixo dos 117 mil pontos. O índice chegou a ficar positivo no início da tarde, mas não conseguiu se recuperar.

Uma combinação de fatores externos e internos tem feito a Bolsa cair. E esses fatores não devem sumir do dia para a noite. O que fazer agora: vender ações, comprar mais, esperar? Veja abaixo o que disseram os analistas ouvidos pelo UOL.

Fuga da Bolsa não é aconselhável, dizem analistas

Apesar dos recuos mais frequentes da Bolsa, sair dela agora não é aconselhável, dizem os especialistas.

Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos, diz que o momento conturbado pode se prolongar, mas não aconselha o abandono por parte do investidor.

"Inclusive, vender em momentos de queda sem pensar na estratégia é sempre perigoso, não é o recomendado", afirma.

Para a analista, o risco está principalmente em setores de muita competição, que não possuem um líder de mercado bem definido.

"Algumas empresas de setores competitivos, que estão sofrendo com o aumento dos custos, podem ter dificuldade de repassar o aumento de preço. E por isso sofrem uma pressão sobre a margem (de lucro)", diz Zogbi.

Para Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, a fuga da Bolsa não seria uma medida racional neste momento.

"Sair dos investimentos em qualquer queda não é o recomendado. Momentos como esse são comuns, e é preciso ter consciência de que os ativos não sobem em linha reta, e que a janela de tempo importa", diz.

Commodities e bancos podem ser 'seguros' contra sobe e desce

O setor de commodities tende a ser um porto mais seguro neste momento, diz a analista da Rico, porque ajuda a proteger o investimento da inflação.

"As commodities costumam subir em momentos de inflação em alta. Nem todas as empresas do setor estão necessariamente baratas, mas na hora de fazer a troca é aconselhável escolher as líderes de mercado, ou fundos de commodities, sem precisar sair correndo da Bolsa", afirma.

Ubirajara Silva, gestor da Galápagos Capital, diz que o momento requer calma e a manutenção dos planos. Em caso de agravamento da situação, ele diz que as grandes empresas de setores como de bancos, petróleo, siderurgia e mineração podem ser os melhores abrigos.

"Quando retomar a alta, as ações que primeiro sobem são as desses setores, compradas em grande quantidade pelos grandes investidores, e acabam voltando antes das 'small caps' [pequenas empresas com alto potencial de crescimento]. É mais um motivo para estar alocado em ações com maior liquidez", diz.

Entre as empresas beneficiadas pelos preços das commodities, porém, Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, diz que aquelas que comercializam minério de ferro devem ser observadas com alguma cautela. A matéria-prima registrou uma queda de 6% nos mercados internacionais nesta quarta-feira (18), o que acrescentou alguma apreensão.

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