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Fundos de ações são bons investimentos? Conheça prós e contras

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/08/2021 04h00

Muitos investidores têm interesse em aplicar dinheiro em fundos de ações. Mas este tipo de investimento vale a pena? Para quem é mais indicado? No Papo com Especialista, programa semanal e ao vivo do UOL, o economista César Esperandio disse que há prós e contras ao investir em fundos de ações.

"Não estou 'desrecomendando' esses fundos, mas você precisa entender os 'poréns' deste tipo de investimento", afirmou ele. Veja abaixo quais são esses "poréns" antes de investir. O Papo com Especialista é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e é transmitido toda quinta-feira, às 15h.

É um gestor que cuida do seu dinheiro

Esperandio explicou que os fundos de ações não são recomendados para quem nunca investiu ou está iniciando no mundo dos investimentos.

"Se você ainda não investe, eu não diria que essa diversificação em fundos de ações é interessante", afirmou ele, que também é do canal Econoweek.

Sobre a principal vantagem em investir em fundos de ações, o economista disse que é ter um gestor profissional que cuidará do seu dinheiro. Mas há taxas para isso.

"Ele cuida da sua grana, diversificando a gestão, tira aqui, coloca acolá. Há uma lâmina dos investimentos com informações dos tipos de investimento que ele vai fazer e que não pode fazer, respeitando o seu perfil de investidor", disse.

Segundo ele, tipicamente existem duas taxas no mercado:

  • Taxa de administração: que varia de fundo para fundo, mas a média do mercado é de 2% ao ano sobre o total investido (e não sobre a rentabilidade).
  • Taxa de performance: existente em alguns fundos. Em geral, é de até 20% ao ano, quando há.

Esperandio explicou que a taxa de performance funciona assim: o gestor escolhe um índice de referência, chamado no mercado de "benchmark", como o Ibovespa.

"Por exemplo, 20% de tudo que superar o Ibovespa é do gestor. Ou seja, há uma cobrança por este tipo de serviço, e a taxa de performance fica com o gestor do fundo", disse.

Diferença entre fundos de gestão ativa e passiva

Há dois tipos de fundos: de gestão ativa e de gestão passiva.

"O gestor de gestão ativa vai buscar superar algum índice de referência do mercado. Já o de gestão passiva, não. Ele busca replicar algum índice e, por isso, não precisa esquentar a cabeça além de realocar os recursos conforme o índice de referência se altera", disse.

Por exemplo: se o fundo de investimentos em ações tiver o Ibovespa como índice de referência, ele basicamente vai investir nos mesmos ativos e nos mesmos percentuais de alocação que o Ibovespa tem ali representado dentro do seu índice.

Normalmente, explicou o economista, esses fundos de gestão passiva não têm taxas ou têm taxas menores.

Segundo Esperandio, há estudos que montaram uma carteira hipotética com seleção aleatória de ações, para comparar com a performance dos fundos de gestão ativa. O resultado? Em média, as performances foram equivalentes.

"Então, por que eu vou pagar essas taxas de administração e de performance para ter uma rentabilidade equivalente a uma seleção aleatória de ações, sendo que eu poderia estar fazendo isso sozinho?", disse.

Esperandio, no entanto, faz uma ressalva: isso não significa que não há bons gestores no mercado. "Há gestores que superam, e muito, o índice de referência de 'benchmark' no mercado. Mas, em média, não é o que acontece normalmente", afirmou.

Iniciante deve começar pelo 'feijão com arroz'

Para o investidor iniciante, Esperandio não recomenda começar pelos fundos de ações. "Tem que fazer o 'feijão com arroz': reserva de emergência no Tesouro Selic, depois diversifica em outros títulos de renda fixa e com menor liquidez; muitos títulos têm rentabilidade de 13%, 14% ao ano, o que supera a performance de muita ação por aí", disse.

Para ele, a partir daí você começa a diversificar, de acordo com a sua afinidade, indo para fundos imobiliários, ações e outros tipos de fundos.

"Nada impede você de investir em fundos, mas precisa ter bem claro esses 'poréns' na cabeça", disse.

Esperandio afirmou que investir em fundos de ações não pode ser uma "desculpa para se acomodar".

"Mesmo que você queira delegar para o gestor do fundo, você deve ter autonomia e saber o que ele está fazendo ali. Muitas vezes, ele não está alinhado ao seu perfil. Se você se acomoda e não aprende sobre investimentos, você não tem o tino para saber a hora de sair daquele fundo."

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