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Com conta de luz maior, dá para ganhar dinheiro na Bolsa: veja como

Vinicius Silva

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/09/2021 04h00

O aumento da conta de luz vai pesar no bolso do brasileiro neste ano. Apesar da alta, quem investe em Bolsa pode ao menos abater o prejuízo com a alta da conta de energia. Segundo analistas, nenhuma empresa deve engordar os lucros com o repasse na conta do consumidor, já que os custos também subiram dado a escassez de chuvas que afeta o Brasil.

Contudo, por ser perene, com contratos de longo prazo, o setor de energia pode garantir certa proteção ao investidor diante de tantas oscilações no mercado financeiro. Veja abaixo onde o investidor pode investir para garantir algum ganho diante da crise energética e do aumento na conta de luz, segundo analistas ouvidos pelo UOL.

Empresas de transmissão de energia são mais vantajosas

No setor de energia, existem as empresas distribuidoras, as transmissoras e as geradoras. Para os especialistas, o investidor que quiser, ao menos, abater parte do aumento da conta de luz investindo em ações do setor poderá optar por companhias transmissoras de energia, que devem sofrer menos com a alta generalizada nos custos.

"O setor mais protegido hoje é o segmento de transmissão. Em teoria, [a alta dos preços ao consumidor] não deveria ter impacto e, por ordem de preferência, o cenário é mais protegido dentro desse setor", afirma Fernando Guerreiro, analista da Safari.

Além disso, segundo Christian Faricelli, gestor de renda variável, as transmissoras possuem os resultados menos ligados ao preço da energia em si, mas sim aos contratos reajustados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e IGPM (Índice Geral de Preços-Mercado) —ambos índices de inflação, que têm forte alta neste ano.

"Uma transmissora é indiferente ao preço da energia. Ela é muito beneficiada pelo IGP-M e IPCA altos e não sofre com inadimplência [do consumidor]", afirma.

Dentre as empresas transmissoras de energia listadas na B3, Guerreiro afirma que Alupar (ALUP3) é, hoje, a mais barata em relação às demais.

"Alupar é a mais barata, a Taesa (TAEE3) é um papel bastante caro, mas que paga dividendo bom e tem a Transmissão Paulista (TRPL3), que não é barata, e também tem dividendo bom. Mas, em ordem de preferência, para mim é quem está mais barato no momento, que é a Alupar", afirma.

Geradoras e distribuidoras podem sofrer mais na Bolsa

Se a alta dos preços da energia elétrica deve afetar pouco as transmissoras listadas, esse aumento pode mexer com as empresas voltadas à distribuição e geração de energia.

"O pior é a geração, geralmente. Para a distribuição não é tão ruim, mas também não é tão favorável, pois pode haver uma diminuição da demanda para os consumidores, com bandeiras tarifárias, que não cobrem todo o custo", afirma Guerreiro, da Safari.

Por isso, para Luis Sales, analista da Guide, as empresas de distribuição podem até ser interessantes caso a demanda de uma recuperação econômica aconteça de fato.

"Distribuição pode fazer sentido com energia mais cara e demanda mais aquecida", diz.

para Christian Faricelli, o investidor precisa ser cauteloso, pois os agentes do mercado financeiro devem se manter céticos em relação a grandes valorizações nesse setor.

"Tudo isso não é novidade para ninguém e já está bem precificado pelo mercado, ou seja, não vejo muito 'trade' a fazer", afirma.

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