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Ações do Magalu, Via e Americanas sofrem com inflação; é hora de vender?

Magazine Luiza, Via e Americanas: é hora de repensar as ações de grandes lojas em seus investimentos - Joa_Souza/Getty Images
Magazine Luiza, Via e Americanas: é hora de repensar as ações de grandes lojas em seus investimentos Imagem: Joa_Souza/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/11/2021 04h00

Investir em ações de grandes lojas, como o Magazine Luiza (MGLU3), estava sendo uma boa opção. Mas a inflação e os juros em alta estão afetando o comércio. Há ações que já acumulam queda de mais de 60% neste ano.

"Em um cenário de alta de juros, com inflação crescente, é inevitável que a população contenha o consumo. Isso afeta diretamente o setor de varejo", afirma Fabrício Gonçalvez, diretor-presidente da gestora Box Asset.

Para Matheus Lima, analista da Top Gain, esse cenário deve permanecer pelos próximos anos, o que afeta o resultado das grandes lojas na B3. Assim, se um investidor tem ações de empresas do comércio em sua carteira de investimentos, é hora de analisar seus investimentos. Veja abaixo o que dizem especialistas e analistas.

Menos ações de varejistas na carteira

É hora de repensar o peso de ações como Via (VIIA3), Magalu (MGLU3) e Americanas (AMER3) no total da carteira de ações. Os papéis dessas empresas acumulam queda de cerca de 63%, 65% e 76% em 2021, respectivamente.

Com esse cenário de inflação e juros altos, que deve permanecer por alguns anos, já devemos começar a diminuir a exposição ao varejo. Então, até uma mudança dessa situação, o varejo como um todo pode sofrer muito ainda.
Matheus Lima, analista da Top Gain

Além disso, os resultados recentes divulgados também não agradaram os agentes do mercado. O Magazine Luiza anunciou que seu lucro ajustado de julho a setembro somou R$ 22,6 milhões, quase 90% de queda ante os R$ 215,9 milhões reportados um ano antes.

Por sua vez, a Via registrou prejuízo líquido de R$ 638 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o lucro líquido de R$ 590 milhões apurado no mesmo período de 2020. Já a Lojas Americanas foi a única que teve uma valorização no lucro líquido de R$ 240,6 milhões, alta ante os R$ 36 milhões do mesmo período do ano passado, mas nada que empolgasse os analistas.

Segundo Gonçalvez, apesar da desvalorização recente e dos desafios em relação à alta do consumo no Brasil, o investidor não precisa vender as ações das varejistas, mas pode começar a reduzir a exposição ao setor.

"Não está na hora de sair [do setor], mas de diversificar. A exposição ao varejo precisa ser compatível com o perfil dele. Essa diversificação é a chave para conseguir resultados a longo prazo, minimizando os riscos", disse.

Magazine Luiza é preferida

Apesar do momento ser desafiador, o setor ainda pode oferecer oportunidades para o longo prazo. As vendas da Black Friday e, posteriormente, do Natal, devem impulsionar os resultados dessas empresas e, dessa forma, fazer com que as ações subam na Bolsa.

"Por que estou levemente otimista? Temos dois eventos importantes: a Black Friday e o Natal. Historicamente há um aumento de compras, mesmo que a situação difícil permaneça", declara Enrico Cozzolino, analista da Levante.

A favorita entre as ações das companhias para o longo prazo são os papéis do Magazine Luiza que, de acordo com os especialistas, é uma empresa mais preparada para enfrentar os eventuais desafios da economia brasileira.

Entre Magalu, Via e Lojas Americanas, Magalu é a empresa mais bem posicionada. Ela comprou empresas relevantes, diversificou o setor, comprou empresa de delivery de restaurante, está entrando em varejo de moda, marcas que complementam todo o ecossistema.
Enrico Cozzolino, analista da Levante

A opinião é compartilhada por Mateus Lima, da Top Gain. "Magazine Luiza ainda é a melhor ação do setor. Então, quando começarmos a ver uma desaceleração nos aumentos da taxa de juros, e esse setor começar a dar sinais de recuperação, essas ações devem ter mais potência para ter um crescimento mais interessante do que as demais", afirmou.

Mas de acordo com Cozzolino, enquanto a Via apresentou problemas recentes de provisões trabalhistas que afetaram o resultado, para o curtíssimo prazo as ações das Lojas Americanas também podem ter um bom desempenho.

"As Lojas Americanas tiveram uma reestruturação societária, o papel tem se recuperado bem, e acho que no curtíssimo prazo é a que vai melhor entre as três", disse.

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