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É possível ter uma renda vitalícia na Bolsa? Especialistas dão dicas

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/12/2021 04h00

Ter aquele dinheiro para viver de forma confortável após a aposentadoria é o sonho de boa parte dos investidores. Mas é possível tirar este objetivo do papel investindo na Bolsa de Valores?

Segundo Rodrigo Crespi, analista de Equity Research da corretora Guide Investimentos, com aplicações certas e uma estratégia de longo prazo no mercado acionário, o investidor pode passar a ter uma espécie de renda extra.

"Com ações assertivas, ele pode ganhar da renda fixa e ainda tem, de forma periódica, um dinheiro livre de impostos caindo sempre na conta", afirmou.

Ao lado de Paula Reis, investidora com mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro e dona do canal "Mulher Trader", Crespi participou do Guia do Investidor UOL, série de eventos quinzenais e gratuitos do UOL Investimentos para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro de forma saudável. Veja o que eles disseram.

Como ter renda 'vitalícia' com investimentos em ações

Segundo Crespi, para receber bons dividendos, que é a renda extra que pode ser paga de forma mensal, trimestral, semestral e até anual, é necessário pesquisar empresas que tenham boa perspectiva para o futuro.

"Na renda variável, é preciso fazer um portfólio otimizado, multisetorial, com empresas e fundamentos sólidos, que devem crescer no médio e longo prazo", disse ele.

Paula esclarece que a diversificação acontece não só com a compra de diferentes companhias, mas também em setores distintos.

"Se o investidor compra várias empresas, mas muitos bancos, do setor de varejo ou de energia, ele ainda não fez a diversificação de forma efetiva. Caso aconteça algo no setor que faça com que as empresas deixem de pagar dividendos, ele vai sentir", declarou.

Crespi acrescenta que as companhias com pagamentos de dividendos geralmente são mais estáveis, mas têm potencial de crescimento menor. Para ele, os setores com as melhores distribuições de dividendos são bancos, seguros, mineração, óleo e gás e energia —mais especificamente na parte de transmissão.

Qual o momento "ideal" para vender uma ação?

Antes de comprar uma ação e colocá-la no portfólio, o investidor deve buscar o máximo de informações possíveis e avaliar se os fundamentos daquela companhia podem permanecer positivos no futuro. Dessa forma, as notícias e os resultados do trimestre podem ajudar até para tomar a decisão de sair do papel lá na frente.

"Quando você vê que o papel está caindo, é necessário primeiro entender por que está caindo, se é uma queda do setor ou de toda a Bolsa por conta de alguma notícia macroeconômica. Diversos fatores podem afetar o mercado, como a nossa política e a economia", disse Crespi.

Após uma análise criteriosa, o investidor deve se perguntar se a empresa continua sólida e com boa geração de caixa, já que a valorização dos papéis acompanha a geração de lucro.

Por outro lado, se há problemas de governança interna, o segmento em que ela atua pode estar se deteriorando.

"É necessário entender a empresa, o momento que ela está e o ciclo atual. Só então é possível decidir se a melhor opção é vender antes que o prejuízo aumente ou é melhor esperar para ter ganhos", afirmou Crespi.

Por que é importante evitar o "efeito manada"

O chamado "efeito manada" é quando uma notícia começa a influenciar a decisão e alterar a estratégia traçada inicialmente pelo investidor.

Um exemplo é quando o Ibovespa atinge um patamar histórico ou uma empresa divulga um resultado acima do esperado no período trimestral. O problema é que aquele viés pode ser momentâneo. Assim, o investidor pode ter prejuízos no futuro.

"As pessoas começam a tomar decisões sem avaliar no detalhe. Para evitar isso, uma dica é se ater à sua estratégia, ao manter o aporte mensal na sua carteira de opções, e não se deixar de levar por um momento de euforia sem ter conhecimento específico", afirmou Paula.

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