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ESG: empresa sustentável se sai bem em mudanças e tem mais chance no futuro

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/01/2022 04h00

Empresas que adotam o conceito ESG (de respeito ao ambiente, ao social e à governança) estão mais preparadas mais preparadas para mudanças bruscas no mercado. Por isso, podem ser mais rentáveis no futuro.

"Elas têm mais pontos de vista diferentes. Então, uma empresa assim está mais preparada para lidar com qualquer disrupção e inovação", afirmou Mariana Oiticica, sócia do BTG Pactual e co-head de ESG e investimento de impacto do banco.

Ela e Larissa Quaresma, analista de investimento da Empiricus e responsável pela carteira ESG da casa de análises, participaram do Guia do Investidor UOL, série de eventos do UOL Investimentos para quem quer aprender a lidar com o próprio dinheiro. Leia e assista a seguir mais detalhes do que elas conversaram sobre ESG.

ESG tem relacionamentos mais saudáveis

Investidores buscam no ESG uma forma de atender a demanda de consumidores por um relacionamento mais saudável com colaboradores, fornecedores e o meio ambiente.

Segundo especialistas, as companhias que integram o tripé ambiental, social e de governança podem, também, ser mais lucrativas.

"Essas empresas tendem a ser mais rentáveis, principalmente quando elas colocam o ESG no centro da estratégia", afirmou Larissa Quaresma.

Ela diz que isso é um sinal de que a empresa já possui solidez financeira. "Quem faz, já se sustenta, tem lucro, e agora está correndo atrás de garantir que o negócio vai sobreviver no futuro", disse a analista.

Quanto o ESG deve representar na carteira?

Isso varia de acordo com o horizonte de investimentos da pessoa, segundo Larissa. No entanto, ela entende que, quanto mais longo for o prazo do investimento, maior a proporção que os ativos ESG deveriam ter na carteira.

"Quando a gente olha para crédito de carbono, é um mercado que precisa evoluir na regulação mundial. Tem um grande potencial, mas precisa de muitas inovações para acontecer. É uma coisa para daqui a cinco ou dez anos", afirmou.

Dessa forma, ela acredita que o ESG pode representar uma composição entre 15% a 20% do portfólio de ações. Esses ativos têm menor relação com o PIB (Produto Interno Bruto) do país e configuram uma boa estratégia de diversificação.

De acordo com Mariana, há investimentos responsáveis, sustentáveis e de impacto. E a composição varia de acordo com o desejo do investidor.

"Se o investidor quer empresas responsáveis, pode excluir determinados ativos do seu portfólio. O investimento sustentável vai um passo além: ele escolhe as empresas com os melhores ratings [classificações] em ESG e práticas. Em impacto, são aquelas que têm um impacto positivo no meio ambiente", declarou Mariana.

Os investidores podem exercer um papel social?

Segundo Larissa, os investidores já desempenham essa função no mercado financeiro. "Não acho que a gente estaria vendo esse movimento das empresas, em termos de atitude, se não houvesse uma pressão da comunidade investidora."

Mariana tem entendimento similar. Ela lembra que, em mercados desenvolvidos, os investidores estabeleceram regras para a inclusão e exclusão de determinadas companhias.

"A partir daí, gestores importantes passaram a fazer movimentos claros de investir em empresas sustentáveis e desinvestir em empresas que não têm determinadas regras", afirmou.

Um exemplo, diz Mariana, é o da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 7 trilhões em ativos sob gestão. "Quando a Blackrock fala que vai desinvestir de empresas que não têm essas metas específicas, ou que têm essas metas e não cumprem no longo prazo, elas precisam se movimentar", afirmou.

"Obviamente, o investidor institucional tem um peso mais imediato. Mas o investidor de varejo tem um peso gigante, já que hoje vemos um movimento no Brasil de, cada vez mais, pequenos investidores entrando no mercado financeiro. É um movimento do investidor que tem impacto nas empresas", declarou.

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