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Análise técnica e fundamentalista: o que são e qual é a ideal para ações?

A análise gráfica e a fundamentalista de uma empresa ajudam o investidor na hora de aplicar o seu dinheiro - Sitthiphong/iStock
A análise gráfica e a fundamentalista de uma empresa ajudam o investidor na hora de aplicar o seu dinheiro Imagem: Sitthiphong/iStock

Paula Pacheco

Colaboração para o UOL, de São Paulo

09/02/2022 04h00

Você escolhe ações para investir com base na análise técnica ou na fundamentalista? Sabe o que significa exatamente isso e como funcionam esses dois métodos do mercado financeiro?

Algum deles garante melhor resultado para o investidor? Leia abaixo o que dizem especialistas e aprenda a usar os recursos nos seus investimentos.

Análise técnica (ou análise gráfica)

A análise técnica, também chamada de análise gráfica, é a metodologia que interpreta é a evolução do preço do ativo ao longo do tempo por meio de gráficos. É adotada por investidores que pretendem definir estratégias para ganhar com as oscilações da ação—usando as altas e baixas a seu favor. Assim, é indicada para quem quer comprar ações antes que elas subam e vendê-las antes que percam valor.

A análise gráfica se dedica ao estudo das oscilações do preço do ativo ao longo do tempo. Ou seja, o investidor analista o comportamento dos preços do passado para projetar uma tendência futura de preço. Para isso, ele utiliza ferramentas e indicadores na sua análise.
Valéria Vieira, head de renda variável da RB Investimentos

Além do preço atual da ação, na análise gráfica também são relevantes as seguintes informações:

  • Preço de abertura e de fechamento do ativo no período que será analisado;
  • Preço máximo que o papel alcançou no intervalo de tempo analisado;
  • Menor preço da ação no período;
  • Volume de negociações do papel

Análise fundamentalista

A análise fundamentalista é mais utilizada por quem trabalha com um horizonte de longo prazo. Segundo a especialista da RB Investimentos, o modelo permite fazer um estudo dos dados financeiros da empresa —como caixa, ativos, dívidas, receitas, lucros futuros—, e gera indicadores de comparação.

O cruzamento de dados também leva em consideração os dados do setor de atuação da companhia. Com as informações obtidas, a recomendação é de que o investidor faça uma avaliação que também considere o contexto econômico global. Ou seja, são identificados os dados financeiros do passado para efetuar projeções futuras.

Os investidores que usam a análise fundamentalista levam em consideração alguns desses dados das empresas:

  • Receita;
  • Geração de caixa;
  • Balanço patrimonial
  • Patrimônio líquido;
  • Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização);
  • Dividend Yield (rendimento do dividendo)

Para Matheus Spiess, analista fundamentalista da Empiricus, a missão de quem usa essa metodologia é achar empresas que estão sendo negociadas por um valor muito menor do que o seu valor justo.

Nosso trabalho [como analista fundamentalista] é estudar e ir ao fundamento de cada empresa de modo a chegarmos ao que seria o valor justo dela. São usados diversos métodos para isso e, a partir daí, comparamos com o valor de tela [a cotação naquele momento] para ver se o papel está barato ou caro. Se estiver barato, verificamos a margem de segurança, que é o referencial do preço que ela está cotada para o que deveria estar cotada para saber se o retorno é atrativo.
Matheus Spiess, analista fundamentalista da Empiricus

O analista da Empiricus lembra ainda que na análise fundamentalista não há uma investigação de comportamento dos preços, mas sim a comparação de valores. E esses valores são obtidos por meio de estudos do balanço da empresa, resultados corporativos, possíveis novos projetos.

"Aí conseguimos entender para onde ela [empresa analisada] está caminhando, quanto de fluxo de caixa poderá ser gerado de hoje ao infinito. Trazendo ao valor presente, chegamos ao valor da companhia", declara Spiess.

Análise técnica ou fundamentalista: qual adotar para tomar uma decisão?

Na visão da head de renda variável da RB Investimentos, a análise gráfica por si só não é suficiente para uma avaliação aprofundada para a negociação de ações de uma companhia.

Na hora de comprar uma ação, é preciso ter uma visão de longo prazo. Por isso, o investidor deve adotar uma análise fundamentalista para entender quais são as projeções da empresa, a expectativa e o seu contexto no mercado, incluindo o cenário macroeconômico.
Valéria Vieira, head de renda variável da RB Investimentos

No entanto, a especialista não descarta o modelo de gráficos.

"Depois de fazer essa análise e decidir a empresa que quer comprar, é possível utilizar a análise gráfica para determinar o preço de compra do papel da companhia", afirma.

Ela dá um exemplo. "O investidor decidiu por uma empresa Y e vai olhar os indicadores gráficos. Pode ser que naquele momento os gráficos mostrem que a empresa está em um momento de realização de lucro, porque o preço do papel subiu muito no dia anterior; ou está com expectativa de queda em função de alguns fatores internos do país. A alternativa para a espera é decidir pelo valor que considera ideal para a compra da ação e enviar uma ordem de compra para a Bolsa, por tempo determinado, até que esse preço seja alcançado", diz Valéria.

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