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Twitter sobe com oferta de Elon Musk por 100% da empresa; vale investir?

Elon Musk,  fundador da Space X e da Tesla, é a pessoa mais rica do mundo - Daniel Oberhaus/Wikimedia Commons
Elon Musk, fundador da Space X e da Tesla, é a pessoa mais rica do mundo Imagem: Daniel Oberhaus/Wikimedia Commons

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/04/2022 12h13

As ações do Twitter (TWTR) abriram em alta na bolsa americana Nasdaq na manhã desta quinta-feira (14), depois de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, ter feito uma oferta para comprar 100% da rede social por US$ 43 bilhões. O empresário divulgou que "precisa fechar capital da companhia para realizar mudanças necessárias".

Às 11h (horário de Brasília), meia hora após a abertura da Nasdaq, as ações da rede social — que ontem fecharam em US$ 45,85 — já alcançavam US$ 47,28, com alta de 3,13%. Na quarta-feira (13), os papéis fecharam em alta de 3,64%. Às 11h36, as BDRs do Twitter (TWTR34) — recibos de ações da empresa vendidos na Bolsa de Valores brasileira (B3) — estavam cotadas a R$ 110,70, com alta de 3,46%.

Especialistas ouvidos pelo UOL mostram o que fazer se você tem ações do Twitter — se é hora de vender ou comprar mais papéis da companhia, e o que esperar.

Depois de Musk ter comprado 9,2% da rede social na semana passada, após ter recusado o cargo no conselho da plataforma, o sul-africano anunciou ontem o desejo de tomar controle da companhia, com uma oferta de US$ 54,20 por ação — ou a US$ 43 bilhões no total.

Os documentos foram protocolados nesta quinta à autoridade de regulamentação de capitais dos Estados Unidos (a SEC), o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil.

O que fazer se você tem ações do Twitter?

"Esse preço da cotação de hoje ainda está longe dos US$ 54 que o Elon Musk ofertou. Mas se a oferta for aceita, sobe até no máximo esse valor", diz Guilherme Zanin, analista da Avenue Capital.

É uma boa vender?

"Sim, vejo como uma janela de oportunidade interessante sim, para sair enquanto não se decide a compra ou não, e depois entrar de novo, caso seja possível — e ainda esteja de capital aberto", afirma Zanin.

Ele declara que quem tem ações da empresa já está no ganho e não deve ter mais valorização se Elon Musk de fato adquirir a empresa em sua totalidade, porque fechará o capital.

Breno Bonani, analista chefe da VGR Asset, afirma que os atuais acionistas terão direito a vender pelo preço que Elon Musk está ofertando, ou seja, US$ 54 — se o conselho e os acionistas aceitarem o negócio com Musk.

"Só no último mês, com esse movimento todo aí, os acionistas viram uma valorização de 40% nas ações", diz ele.

Vale a pena comprar agora papéis do Twitter?

Não. Nisso os analistas são categóricos: "Acho que vale esperar. Essa ideia de tornar a empresa privada foi uma novidade. Acho que o investidor teria margem para ganhar pouco ou, dependendo de como for, caso o Elon Musk desista da aquisição, as chances das ações recuarem são maiores", afirma Bonani.

"Comprar [as ações] só quando passar essa turbulência, e se a empresa permanecer de capital aberto", diz Zanin.

Musk é a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada em US$ 273 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão), segundo ranking da Bloomberg.

O empresário, fundador da Space X e da Tesla, chegou a ter publicações censuradas de seu perfil oficial no Twitter. A possibilidade de Musk tomar posse da empresa preocupa os especialistas, que temem por uma rede social que não modere o conteúdo publicado.

Brasileiros podem aplicar em ações da rede social?

Investidores no Brasil têm a oportunidade de adquirir recibos de ações do Twitter (TWTR34) por corretoras de investimento.

São as chamadas BDRs (Brazilian Depositary Receipt). Também é possível ter uma conta internacional e comprar diretamente a ação. Corretoras como a Avenue Capital e a XP Securities, por exemplo, atuam nesse segmento e permitem a compra.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.