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Como evitar dívidas e tentar juntar dinheiro para assistir à Copa no Qatar?

Quer ir à Copa do Mundo no Qatar no final do ano? Veja quanto e onde você precisa investir para isso - David Ramos/Getty Images
Quer ir à Copa do Mundo no Qatar no final do ano? Veja quanto e onde você precisa investir para isso Imagem: David Ramos/Getty Images

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/04/2022 04h00

Em ano de Copa do Mundo, muitos torcedores decidem viver a aventura de ir até o estádio e sentir de perto a atmosfera do maior evento esportivo do planeta. Mas os custos são altos (veja nesta reportagem). Como juntar dinheiro antes de novembro, quando começam os jogos?

Não há muito mais tempo. Isso deveria ter sido feito antes. Talvez seja possível ir a alguns jogos e não ficar o tempo todo do torneio. O UOL buscou especialistas que mostram como planejar os gastos, tentar evitar muitas dívidas e juntar o máximo de dinheiro que der. Veja as dicas logo abaixo e as adapte às suas possibilidades.

Custos elevados

As passagens pela Qatar Airways, entre os dias 20 de novembro e 19 de dezembro (um dia antes e um dia depois do encerramento dos jogos), chegam a R$ 11 mil (ida e volta).

Demais despesas, como os ingressos (a partir de R$ 320 por partida), alimentação (de R$ 14,6 mil, considerando US$ 100 por dia) e hospedagem pelo Airbnb (R$ 145,3 mil) elevam a conta para R$ 171.220,00 para o período todo. Se usar o serviço de hospitalidade da Fifa (pacote com ingressos e outros comodidades), as despesas podem passar de R$ 245 mil.

Faça um bom planejamento

O primeiro passo é colocar todos os gastos na ponta do lápis e verificar a capacidade de pagamento no futuro.

"Considerando os juros altíssimos, as dívidas com o rotativo do cartão de crédito e cheque especial devem ser evitadas. A prioridade é eliminar esse tipo de dívida, ou seja, ter o dinheiro para realizar o pagamento", diz o CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalvez.

Como dicas para ter tranquilidade e não desembolsar mais do que o esperado, Gonçalvez afirma que a pessoa deve elencar as suas prioridades e reservar os recursos antes do momento do embarque.

Myrian Lund, planejadora financeira certificada pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), declara que, se a alternativa for utilizar o limite do cartão de crédito, o torcedor precisa considerar a possibilidade de aumentar o limite e refletir sobre como vai arcar com os gastos.

É preciso ter capacidade de pagamento para não entrar no crédito rotativo e, depois, ter que parcelar compromissos que podem levar a custos ainda maiores.
Myrian Lund, planejadora financeira pela Planejar

Ao considerar que a pessoa tenha um bom nível de crédito e consiga uma taxa entre 2% a 2,5% ao mês --considerada baixa por conta da alta da taxa básica de juros, a Selic, em 11,75% ao ano--, Myrian diz que a parcela para a tomada de R$ 100 mil seria de cerca de R$ 3.950 por mês, em 36 meses.

Caso o prazo de pagamento seja menor, em 24 vezes, a parcela mensal seria de R$ 5.300.

"Mesmo no crédito consignado, a pessoa consegue ficar sem essa parcela da renda mensal?", afirma a educadora. Por isso, todo o cuidado é pouco na hora de organizar o roteiro da jornada.

Como investir até a Copa?

Como os jogos começam no final de novembro, o investidor não possui um prazo de retorno tão longo pensando na Copa. São apenas seis meses até outubro, um mês antes do torneio mundial. Portanto, os especialistas indicam aportes em opções mais conservadoras.

Myrian Lund declara que os títulos de renda fixa de bancos privados, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), emitidos para financiar os respectivos setores, são as melhores opções.

Além de ter a garantia pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) de até R$ 250 mil para casos de eventuais problemas com os emissores, a remuneração das instituições variam entre 95% a 96,5% do CDI (atualmente em 11,65%), com liquidez (disponibilidade do dinheiro) para 90 dias.

Em seis meses, segundo a educadora, é possível ganhar entre 5% a 5,5%. Assim, caso o investimento seja de R$ 100 mil, o investidor terá cerca de R$ 105 mil ao final do período.

"Realmente, não é um programa barato. A pessoa precisa gostar bastante e saber que está abrindo mão de outros projetos, ou seja, será o principal programa dos próximos dois ou três anos", declara Myrian.

Para Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, recursos que serão utilizados em um curto período devem ser alocados em ativos conservadores, já que o objetivo é a estabilidade da renda e a proteção contra a inflação do período.

"É importante entender que a renda fixa sofre de marcação a mercado [atualização diária dos valores]. Dessa forma, para essa situação, o recomendado são investimentos atrelados ao CDI de bons pagadores e com liquidez. Portanto, a renda variável não deve ser considerada nesse caso", afirma Gonçalvez.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.