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Descubra as melhores opções da renda fixa para curto, médio e longo prazos

Veja os melhores prazos para aplicar na renda fixa, segundo profissionais de mercado. - Felipe Tomazelli
Veja os melhores prazos para aplicar na renda fixa, segundo profissionais de mercado. Imagem: Felipe Tomazelli

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

12/05/2022 11h00

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A taxa básica de juros, a Selic, sofreu sua décima alta consecutiva na semana passada, chegando a 12,75%. Isso só reforçou a trajetória de ganhos a quem investe em produtos de renda fixa, como Tesouro Selic, Fundos DI, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).

Mas dentre essas opções, quais oferecem as melhores oportunidades neste momento em termos de prazos? Veja o que dizem especialistas ouvidos pelo UOL aos investidores que buscam aplicações de diferentes vencimentos para diferentes objetivos.

2 caminhos para turbinar ganhos na renda fixa

O aumento da Selic favorece as aplicações de renda fixa de maneira geral. Contudo, segundo analistas, esse favorecimento pode ser ainda mais interessante a depender do tempo que o investidor tem para deixar o dinheiro aplicado.

Mostramos aqui como é possível aumentar os ganhos das aplicações em renda fixa se o investidor fizer duas coisas:

  1. Buscar maior risco de crédito: aplicações em títulos emitidos por bancos ou empresas pagam taxas maiores que as oferecidas pelos títulos do governo vendidas no Tesouro Direto, porque o risco de uma companhia ou instituição financeira deixar de honrar o pagamento é maior que a possibilidade de o governo dar um calote;
  2. Alongar prazo: aplicações com vencimentos mais longos costumam pagar rendimentos maiores que as aplicações de curto prazo, como regra geral

Definindo objetivos antes de optar pelos melhores prazos

Ao aplicar na renda fixa, o investidor tem diversas opções de prazos para escolher: desde produtos com liquidez diária — em que não há prejuízos do rendimento, independentemente do momento do resgaste do dinheiro aplicado — até aplicações que têm vencimento em 33 anos anos, como o título do Tesouro IPCA+ 2055 com juros semestrais.

Essa diversidade toda vale para títulos públicos do Tesouro, para títulos bancários (como CDBs e LCIs), para emissões de empresas (como debêntures), além de fundos de renda fixa que têm estratégias de gestão conforme os prazos dos títulos que carregam nas carteiras.

Especialistas dizem que, antes de escolher uma ou outra opção de renda fixa de acordo com o prazo, é fundamental que o aplicador defina o objetivo do investimento.

Isso evita que o investidor precise sacar o dinheiro antes do vencimento combinado, o que pode gerar perdas. Se o mercado estiver passando por algum momento de estresse, a pessoa pode até sacar menos do que aplicou. Reserva de emergência não pode ser turbinada. Aqui não se busca rentabilidade, mas liquidez rápida, com risco baixíssimo.
Luigi Wis, especialista em investimentos da Genial

3 opções de renda fixa para diferentes prazos

1) Resgate em curto prazo (até 1 ano): pós-fixados

Para quem planeja resgatar o dinheiro antes de um ano de aplicação, ou não tem segurança que poderá manter o investimento sem mexer por até 12 meses, a recomendação dada pelos analistas é buscar o Tesouro Selic e outros investimentos de renda fixa pós-fixados, como CDBs e Fundos DI atrelados ao CDI e de liquidez diária.

Essa recomendação vale, por exemplo, para a reserva de emergência, separada para cobrir despesas inesperadas e imprevistos.

Os investimentos de renda fixa podem ter rendimentos menores que os oferecidos por algumas aplicações prefixadas, mas são as melhores opções para a reserva de emergência ou objetivos de curto prazo, de até um ano.
Joaquim Kokudai, diretor de investimentos da Somma Investimentos

2) Resgate de médio prazo (de 1 a 4 anos): prefixados

Para aplicações de médio prazo, de um a quatro anos, especialistas ouvidos pelo UOL dizem que as melhores opções são títulos de renda fixa prefixados e fundos de investimento que aplicam nesses papéis.

Para o investidor que pode combinar esses prazos com o objetivo do investimento, títulos do Tesouro como o Prefixado 2025, CBDs e LCIs com prazos até 2024 são apontados como as melhores opções neste momento.

As operações de dois a quatro anos já estão com rentabilidade bastante interessantes, considerando as incertezas que temos, como eleições no Brasil e mesmo a guerra e os aumentos de juros no exterior. Para mim, esse é melhor pedaço da curva de juros hoje.
Ronaldo Guimarães, sócio diretor do Modal

O mercado trabalha com o recuo da inflação a partir do segundo semestre deste ano e em 2023, e que os juros também começarão a recuar no ano que vem — conforme projeções do Boletim Focus, com estimativas de mais de cem instituições financeiras e consultorias pesquisadas pelo Banco Central.

Mas a Selic não voltará a baixar até patamares do ano passado, e deve parar de cair quando chegar a 7% ao ano, em 2025, quando a inflação estará na casa de 3%.

Temos uma estratégia de renda fixa de investir com horizonte de até dois anos. Isso porque ainda há incertezas, como eleições, no Brasil, que traz névoa adicional. Então, olhando para 2023, vemos uma taxa de juros ainda pressionada.
Leonardo Calixto, CEO da Empírica Investimentos

3) Resgate de longo prazo (a partir de 4 anos): atrelados ao IPCA

Já investimentos com objetivos de resgate mais longos, acima de quatro anos, precisam dar mais espaço para a renda fixa que acompanha a inflação, como o Tesouro IPCA+, que segue o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação usado pelo governo.

Segundo os entrevistados, o ciclo recente de reajustes generalizados de preços — que começou na pandemia e ganhou força com os impactos econômicos provocados pela invasão da Ucrânia pela Rússia — mostrou que o investidor precisa proteger o patrimônio da inflação.

No segundo semestre deste ano ainda teremos a Selic muito elevada, mas já com inflação caindo, beneficiando os prefixados. Para prefixadas indexadas à inflação, prefiro vencimentos até um pouco mais longos, até 2035.
Joaquim Kokudai, diretor de investimentos da Somma Investimentos

Buscar diversificação de prazos e tipos de renda fixa

Especialistas declaram que o ideal é o investidor buscar a diversificação em termos de prazos e tipos de aplicação para ter a melhor combinação de risco e retorno na renda fixa.

Considerando que ainda há uma expectativa de pressão inflacionária, mas ao mesmo tempo uma expectativa de fim do ciclo de alta dos juros ano que vem, os prefixados tendem a ser favorecidos, diz o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, empresa de tecnologia e educação para investidores.

Neste cenário, a diversificação entre essas duas classes, prefixados e atrelados ao IPCA, é a melhor opção, buscando prazos de dois a três anos.
Ricardo Jorge, sócio da Quantzed

Para o economista, fundador e CEO da escola Eu me banco, Fabio Louzada, o prazo mais interessante para os prefixados é o de vencimento até dois anos, ou seja, até 2024. Para ele, a partir de 2025, o prêmio está menor, não valendo muito a pena a relação entre risco e retorno no momento.

Em ordem de preferência, minhas opções seriam pós-fixados para aplicações até um ano, prefixados com prazo até 2024 e prefixados atrelados à inflação para prazos mais longos para quem pode levar até o vencimento.
Fabio Louzada, economista, fundador e CEO da escola Eu me banco

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