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Eletrobras: preço da ação no processo de privatização é de R$ 42

Veja os próximos passos para quem fez a reserva para comprar ações da Eletrobras - Reuters
Veja os próximos passos para quem fez a reserva para comprar ações da Eletrobras Imagem: Reuters

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

09/06/2022 21h15Atualizada em 10/06/2022 10h30

A Eletrobras divulgou documento nesta quinta-feira (9), após fechamento da Bolsa, informando que o preço das ações ofertadas no processo de capitalização que levará à privatização da companhia será de R$ 42. Esse é o valor que os investidores, inclusive aqueles que fizeram reserva para comprar o papel com recursos do FGTS, terão que pagar.

A operação atingiu R$ 29,3 bilhões, sem incluir os lotes extras de ações, que podem levar o negócio a R$ 33,7 bilhões, contando o lote suplementar e a venda da BNDESPar, braço de participações do BNDES. O valor exato do negócio será definido quando for confirmada a venda dos lotes extras, o que deve acontecer nos próximos dias.

Preço da oferta é 25,7% maior que no começo do ano

O preço definido hoje para a ação na capitalização é 25,7% acima do valor do papel no começo do ano (de R$ 33,41), mas 3,1% abaixo da cotação no fim do pregão de 27 de maio, dia em que a companhia lançou o documento da oferta (R$ 43,35).

O preço da ação da Eletrobras nessa operação foi definido em um processo chamado de bookbuilding — quando os bancos que trabalham para a Eletrobras se reúnem com outras instituições financeiras e grandes investidores de mercado para pesquisar quais valores eles estão dispostos a pagar pelo negócio.

Essa pesquisa serve como referência para a Eletrobras, juntamente com os bancos que trabalham para ela, definir o preço da ação na oferta.

Rateio de ações e dinheiro voltando para FGTS

A parte da oferta destinada aos investidores que fizeram reserva para pagamento com recursos do FGTS é de R$ 6 bilhões. Mas como a demanda nesse grupo chegou ao redor de R$ 9 bilhões, haverá um rateio das ações entre os interessados, de forma proporcional. Isso quer dizer que os aplicadores que fizeram reserva vão comprar menos ações do que queriam.

Com o rateio, quem transferiu recursos para um Fundo Mútuo de Privatização Eletrobras (FMP Eletrobras) vai receber na conta do FGTS o valor que foi transferido a mais.

Veja aqui mais informações sobre os fundos que investem dinheiro do FGTS na Eletrobras.

Próximas etapas: estreia da ação e pagamento

Nesta sexta-feira (10), a Eletrobras apresenta ao mercado o documento definitivo da oferta, com os preços das ações. Também nesta sexta-feira, começam a ser negociados na Bolsa de Nova York os ADRs (recibos de ações) que estão sendo vendidos a investidores estrangeiros.

Mas a próxima etapa do processo de capitalização da Eletrobras que mais interessa aos investidores acontece na segunda-feira (13), quando as ações começam a ser negociadas na Bolsa brasileira.

Será um dia para medir a reação do mercado ao negócio e o volume de transações com a companhia. Mas profissionais de mercado destacam que o investidor que usou recursos do FGTS para comprar essas ações da Eletrobras não deve ficar eufórico, se o papel subir, nem frustrado, se houver uma desvalorização.

O fundo para aplicar na Eletrobras é um produto de renda variável, que apresenta oscilações, o que é diferente do FGTS. Por isso, é um investimento de longo prazo.
Roberto Kropp, diretor da Daycoval Asset Management

O fundo FGTS Eletrobras é uma forma de diversificação da carteira de renda variável, que rende mais potencialmente que renda fixa, mas também apresenta mais risco, por isso é um produto de investimento de longo prazo.
André D'Ávila, superintende de produtos da Bram - Bradesco Asset Management

Além de ser um investimento de longo prazo, o aplicador só poderá vender o papel após 12 meses, quando acaba o período de lock-up.

Depois disso, o aplicador até pode pedir ao gestor do fundo o resgate do investimento, mas o dinheiro volta para a conta do FGTS.

Durante esse período de carência, os valores poderão ser resgatados nas hipóteses de demissão, aposentadoria, falecimento, uso para moradia, três anos sem registro em carteira, doenças graves, quando o trabalhador completa 70 anos, ou em caso de calamidade pública.

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