Conheça opções para investir em ações e fundos com R$ 50 ou menos

A renda variável, que inclui ações, fundos e outros investimentos é vista por muitas pessoas como uma opção mais cara. Mas não é necessário ter muito dinheiro para começar a investir. Dá para começar com pouco, até entender como esse segmento funciona e que setores são mais adequados para o seu perfil.

Veja a seguir investimentos por R$ 50 ou menos na renda variável.

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Ações

Há opções de grandes empresas. Uma ação da Petrobras (PETR4) custa cerca de R$ 24, a do Bradesco (BBDC4) sai por volta de R$ 13, e a do Magazine Luiza, R$ 3,22. No entanto, o preço não é o ponto mais relevante para decidir que ação comprar, mas sim a análise da empresa e do setor e a perspectiva de crescimento.

Investidor pode comprar unidades de ações. Normalmente, as ações de empresas na Bolsa de Valores são negociadas em lotes de 100, o que pode custar alguns milhares de reais. Mas existe a opção de adquirir os papéis de maneira fracionada.

Vá com cuidado. Segundo o CEO da fintech Leoa, Eduardo Canova, a atual conjuntura econômica tanto no Brasil quanto no exterior, com juros altos e inflação elevada, é preciso ter cautela ao fazer aportes em ações. É importante pensar que as ações requerem uma estimativa de retorno a longo prazo.

Segmentos defensivos podem ajudar. Há setores da Bolsa que tendem a oscilar menos que os demais. "O investimento em ações ligadas a commodities [mineração, siderurgia, petróleo], energia elétrica e alimentos básicos podem garantir algum retorno ao investidor", diz Canova.

Fundos de índices

Os ETFs (Exchange-Traded Fund) são fundos que seguem índices de referência, como o Ibovespa ou o índice da Bolsa de Nova York, por exemplo. Ao adquirir um ETF, o investidor tem acesso a todas companhias de capital aberto que compõem aquele índice. Também há ETFs de fundos imobiliários, criptomoedas e de setores específicos da economia.

É mais fácil para iniciantes. Esse tipo de investimento é administrado por gestor de forma passiva, que apenas seleciona as ações e investimentos que fazem parte daquele índice ou setor. Não há tanta liberdade para a escolha da composição, o que pode ser uma vantagem para quem é iniciante.

É opção para investir com pouco. O CEO da Investo, Cauê Mançanares, diz que os ETFs oferecem as melhores opções para investidores com poucos recursos. Como opções de ETFs, ele menciona o ALUG11 (do setor imobiliário nos Estados Unidos, que custa R$ 33,08) e USTK11 (de tecnologia, por R$ 8,41). Esses dois fundos são geridos pela Investo. Já o ETF de fundos imobiliários no Brasil (XFIX11) vale R$ 9,87.

Há opções mais caras. O ETF do Ibovespa custa cerca de R$ 103. O IVVB11, que segue o principal índice das Bolsas dos EUA, vale hoje R$ 224,62.

É possível ter cotas entre R$ 10 a R$ 100 em um investimento diversificado, o que é melhor do que uma ação, especialmente para quem está investindo tão pouco.
Cauê Mançanares, CEO da Investo

Ações no exterior

Ações de empresas estrangeiras também são opção. Dá para investir por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que simulam os papéis de companhias de fora e podem ser adquiridos na própria B3, ou com a compra das ações diretamente em corretoras de outros países.

BDRs de empresas famosas podem ser acessíveis. Na B3, um BDR da Tesla (TSLA34) custa pouco mais de R$ 30, o da Netflix (NFLX34), R$ 35,12, o da Amazon (AMZO34), em torno de R$ 25, e o da Apple (AAPL34), R$ 41,66, por exemplo.

Fatores podem afetar ganhos. Entretanto, vale lembrar que além do bom desempenho da empresa em questão, é necessário ponderar a cotação da moeda onde ela está listada, já que o câmbio maior ou menor também pode influenciar nos ganhos.

Como selecionar os investimentos?

Diversifique a carteira. Arlindo Souza, analista de ações da casa de análises do TC, diz que é importante que o investidor forme a sua carteira com diferentes setores e empresas. Isso passa por não ter apenas ações, como também de renda fixa e investimentos internacionais.

É preciso entender qual é o jogo que o investidor está jogando, o que ele pretende com esse investimento. Na nossa filosofia, é importante focar na construção de patrimônio a longo prazo.
Arlindo Souza, analista de ações da casa de análises do TC

Observe o perfil de risco do investidor e as características de risco do ativo que ele deseja comprar. Na renda variável, normalmente é comum que se queira correr mais riscos, pensando em ganhos maiores.

Verifique as taxas dos investimentos. Fundos de investimentos podem ter taxas de administração, taxa de performance e até taxa de carregamento, embora esta última seja menos usual. Nas ações, as corretoras costumam cobrar a taxa de corretagem. Tudo isso também pode alterar o tamanho do lucro final.

Pondere a expectativa de retorno. Após identificar o investimento que melhor se adequa ao seu perfil e as taxas mais acessíveis, é importante estimar quanto se pretende ganhar ao longo do tempo. Importante lembrar que rentabilidade passada não garante ganho futuro.

Na análise de risco, o investidor já vai ter filtrado os investimentos que estão mais alinhados ao seu perfil de risco. Na expectativa de retorno, é preciso deixar o passado de lado e olhar para o futuro.
Cauê Mançanares, CEO da Investo