IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

China cresce 7,7% no primeiro trimestre

Attila Kisbenedek/AFP
Imagem: Attila Kisbenedek/AFP

15/04/2013 07h09

PEQUIM, 15 Abr 2013 (AFP) - O crescimento da China foi de 7,7% em ritmo anual no primeiro trimestre de 2013, 0,2% a menos que no período anterior, o que gera inquietações sobre a recuperação da segunda economia mundial, de acordo com o resultado divulgado pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONE).

O número do primeiro trimestre ficou abaixo da expectativa média dos analistas, que projetavam um crescimento de 8%, de acordo com uma consulta da AFP.

Vários analistas tinham esperanças de uma consolidação da recuperação registrada no quarto trimestre (+7,9%), após sete períodos seguidos de desaceleração, capaz de fortalecer a economia mundial.

Mas os analistas afirmaram nesta segunda-feira que a nova desaceleração, assim como a fragilidade de outros índices econômicos, mostram perspectivas menos entusiasmadas e obrigam um questionamento sobre se as atuais diretrizes poderiam dar um novo impulso à potência asiática.

Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês registrou alta de 7,8%, o menor resultado em 13 anos, e o governo tem para 2013 uma meta relativamente modesta de 7,5%.

O ONE afirma em um comunicado que "o complicado e volátil entorno econômico dentro e fora da China" explica o dado trimestral.

"A recuperação tem sido lenta, em particular em alguns países que têm aplicado medidas de flexibilização monetária", declarou o porta-voz do ONE, Sheng Laiyun.

"Estas medidas criaram mais pressão na valorização das moedas dos países em desenvolvimento e tornam mais difíceis as exportações", lamentou.

Laiyun não identificou os países que aplicam as medidas, mas os bancos centrais do Japão e Estados Unidos começaram a aplicar medidas de flexibilização monetária para tentar dinamizar suas economias.

Para Wendy Chen, economista da empresa Nomura Securities, com sede em Xangai, o resultado do trimestre "é menor que o esperado pelo mercado e indica que a recuperação da economia real não tem bases sólidas e continua sendo frágil".

A economista descarta que o Banco Central chinês reduza as taxas de juros para estimular a economia, já que a medida poderia agravar a inflação, uma das grandes preocupações do regime comunista.

Mas o governo poderia adotar medidas para a política fiscal, "talvez mantendo a promoção dos investimentos em infraestruturas", completou Chen.

As principais Bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira, resultados atribuídos aos dados do PIB chinês, em um cenário de prudencia com as tensões na península coreana.

Tóquio fechou em queda de 1,55% e a de Hong Kong cedeu 1,43%.

Outros dados, divulgados semana passada, já mostravam a situação mais frágil da economia chinesa.

Em março, a balança comercial do país registrou déficit de 880 milhões de dólares, principalmente em consequência da redução da demanda nos Estados Unidos e União Europeia. A inflação também ficou abaixo das expectativas do mercado e demonstrou o pouco vigor do mercado interno.

Os investimentos em bens de capital, dado que mede os gastos do governo em infraestruturas, cresceram 20,9% em ritmo anual no primeiro trimestre, o que significa uma desaceleração em março, pois no período janeiro-fevereiro o resultado foi 21,2%.