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Selo mais valioso do mundo será leiloado em Nova York

14/02/2014 17h59

NOVA YORK, 14 Fev 2014 (AFP) - O selo mais famoso do mundo, um raro exemplar emitido em 1856 na então Guiana Britânica, será leiloado em junho, em Nova York, numa venda que poderá bater o recorde mundial de 20 milhões de dólares - informou nesta sexta-feira a casa Sotheby's.

"Nenhum outro selo postal é mais raro do que o único exemplar do Black on Magenta de um centavo da Guiana Britânica, emitido em 1856, que bateu recordes nas três vezes que foi a leilão", afirmou a Sotheby's em comunicado.

A venda do selo, que foi visto em público pela última vez em 1986, acontecerá no dia 17 de junho em Nova York, informou a tradicional casa de leilões. A peça foi avaliada entre 10 a 20 milhões de dólares.

O recorde mundial para um selo é ostentado pelo selo postal sueco "Tre Skiling", emitido em 19855 e vendido em 1996 por 2,2 milhões de dólares.

O Magenta pertence atualmente aos herdeiros do americano John du Pont, que o comprou em 1980 pelo então valor recorde de 935.000 dólares.

Emitido pelos Correios de Georgetown, capital da Guiana Britânica (atual Guiana), o exemplar está em perfeito estado de conservação e foi impresso em tinta preta sobre papel magenta com a imagem de um veleiro e o lema da colônia "Damus Petimus Que vicissim" ("dar e esperar em troca", em latim).

"Para mim, como estudante colecionador de selos, é um objeto mágico, a verdadeira definição da raridade e valor: raridade inalcançável e valor extraordinário", disse o diretor de projetos especiais e presidente do departamento de livros da Sotheby's, David Redden.



- Uma lenda da filatelia - Parte da lenda do Magenta vem de sua história, já que ele foi "redescoberto" em 1873 por um menino escocês de 12 anos que vivia em Demerara, um povoado da Guiana, que o encontrou entre as cartas de seu avô.

Como ele não estava nos catálogos, foi vendido inicialmente por uma quantia modesta, antes que especialistas se dessem conta de seu valor único.

O selo pertenceu ao conde Philippe la Renotière von Ferrary, um dos mais importantes colecionadores de sua época. Após a morte do conde, no início do século passado, sua coleção foi integralmente doada ao Museu dos Correios de Berlim.

O selo passou para as mãos da França após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), como parte das indenizações impostas à Alemanha. Em 1922, a peça foi à leilão, sendo arrematada pelo magnata americano Arthur Hind pelo então valor recorde de 35.000 dólares.

Em seu testamento, Hind deixou indicado que o selo deveria ser vendido para beneficiar seus herdeiros. A mulher do milionário, contudo, se negou a vender a estampa.

A viúva de Hind acabou por se desfazer do selo em 1940, quando o vendeu para o australiano Frederick Small por 40.000 dólares.

O selo se manteve com Small durante 30 anos, até que em 1970 mudou de mãos ao ser adquirido por 280.000 por um consórcio de investidores do estado da Pensilvânia.

O multi-milionário e filantropo John Eleuthere du Pont, também da Pensilvânia, o comprou em outro leilão 10 anos depois.

Acredita-se que o Magenta tenha estado guardado no cofre de um banco desde 1997, quando seu dono foi condenado à prisão pelo assassinato de Dave Schultz um ano antes. Du Pont morreu na prisão em 2010.

Como parte da campanha anterior ao leilão, o selo postal será exibido em Londres e Hong Kong antes de retornar aos Estados Unidos, informou a Sotheby's.