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Produção industrial chinesa tem crescimento menos intenso em cinco anos

13/03/2014 13h02

PEQUIM, 13 Mar 2014 (AFP) - A produção industrial chinesa aumentou em janeiro e fevereiro 8,6% em relação ao mesmo período de 2013, o ritmo mais fraco em cinco anos, segundo números oficiais publicados nesta quinta-feira que confirmam a desaceleração da segunda economia mundial.

Este aumento é o mais fraco desde abril de 2009, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, e fica abaixo das previsões dos analistas entrevistados pela agência Dow Jones, que esperavam uma media de 9,5%.

Em dezembro, a produção havia aumentado 9,7% em ritmo anual.

Por outro lado, também no período de janeiro-fevereiro, as vendas ao varejo progrediram 11,8% em relação ao ano anterior, uma porcentagem também abaixo das previsões dos analistas (13,5%) e a menor em três anos.

Os investimentos em capital fixo cresceram 17,9%, novamente abaixo do esperado pelo mercado. No conjunto de 2013 aumentaram 19,6%.

Estas estatísticas, que normalmente são publicadas em ritmo mensal, cobriam de forma excepcional os dois primeiros meses de 2014 para levar em conta as distorções provocadas pelos feriados do Ano Novo lunar, no fim de janeiro.

Os novos dados se somam a uma série de indicadores que provocaram preocupações sobre a desaceleração da segunda economia mundial.

Assim, a produção manufatureira chinesa registrou em fevereiro sua maior contração em sete meses, segundo o índice publicado pelo banco HSBC. E em fevereiro o país acusou um inesperado déficit comercial de 22,98 bilhões de dólares.

Pequim anunciou na semana passada que a manutenção do objetivo de crescimento econômico de 7,5% em 2014, o que seria o menor resultado em quase 25 anos.

Em 2013, o crescimento foi de 7,7%, um número estável em relação a 2012, quando registrou o menor nível em 13 anos.

No conjunto, "estes números desenham um panorama claramente sombrio da conjuntura econômica", segundo Julian Evans-Pritchard, do gabinete Capital Economics.

Segundo ele, a política de restrição do crédito orquestrada pelo banco central para evitar um endividamento excessivo das administrações locais e das empresas continua pesando na atividade.

Há meses, Pequim expressa a vontade de reequilibrar seu modelo econômico, centrando-se mais na força do consumo interno do que nas exportações, e reduzindo as capacidades industriais em situação de excesso de produção.

"Nós não nos fixamos apenas no PIB. A primeira coisa que nos preocupa são as pessoas e os empregos que estão por trás das cifras do PIB", advertiu o primeiro-ministro chinês Li Keqiang, recordando o objetivo de criar este ano dez milhões de empregos urbanos extras.

O reequilíbrio anunciado supõe reformas estruturais suscetíveis de penalizar o crescimento em curto prazo.

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