Ativistas pró-Moscou na Ucrânia pedem ajuda a Putin; EUA reagem
MOSCOU, 15 Abr 2014 (AFP) - Os insurgentes armados pró-Rússia passaram à ofensiva nesta segunda-feira no leste da Ucrânia e pediram a ajuda do presidente Vladimir Putin contra o governo pró-europeu de Kiev, que busca uma solução política.
O governo ucraniano, que pediu a ajuda da ONU, mencionou pela primeira vez a possibilidade de organizar um referendo para determinar a estrutura política do país.
Washington expressou sua preocupação diante do agravamento da situação, enquanto a União Europeia decidiu ampliar suas sanções.
Nesse sentido, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou Putin a pressionar os grupos pró-Rússia na Ucrânia a depor as armas, em meio à escalada na região.
No telefonema, informou a Casa Branca, "o presidente manifestou sua profunda preocupação em relação ao apoio do governo russo às ações dos separatistas armados pró-Moscou que ameaçam infringir e desestabilizar o governo da Ucrânia".
Obama "enfatizou que todas as forças irregulares no país (Ucrânia) devem depor as armas, e exortou o presidente Putin a utilizar sua influência com os grupos armados pró-Rússia para convencê-los a abandonar os prédios que ocuparam".
O presidente também considerou que "o isolamento crescente da Rússia na cena política e econômica é resultado de suas ações na Ucrânia e ressaltou que o custo que a Rússia já sofre certamente aumentará se continuar" por esse caminho.
Já Putin chamou de "infundadas" as acusações de ingerência de Moscou.
"Em resposta às preocupações manifestadas pelo presidente americano a respeito de uma suposta ingerência russa no sudeste da Ucrânia, o presidente russo observou que essas especulações são baseadas em informações infundadas", afirmou o Kremlin em um comunicado.
Diante de ataques, aparentemente coordenados, realizados desde sábado por ativistas pró-russos e grupos de homens armados em uniformes sem identificação, o país de 46 milhões de habitantes é mais do que nunca ameaçado por uma guerra civil entre o leste de língua russa e o centro e o oeste voltados para a Europa.
O Kremlin anunciou que o presidente russo recebeu "muitos pedidos" de ajuda das regiões do leste ucraniano e que observa a situação com "muita preocupação". A declaração aumenta os temores de uma intervenção russa, que mobilizou 40 mil homens na fronteira, de acordo com a Otan.
Washington teve de admitir que o chefe da CIA, John Brennan, viajou a Kiev no fim de semana. A Casa Branca afirma que a visita foi organizada com bastante antecedência. Moscou denuncia, porém, um complô com as autoridades ucranianas, que chegaram ao poder após a destituição do presidente pró-russo Viktor Yanucovytch, no fim de fevereiro.
Na Ucrânia, apesar de Kiev ter anunciado uma "grande operação antiterrorista" para recuperar o controle, centenas de manifestantes pró-russos atacaram e tomaram as sedes da polícia e da prefeitura de Gorlivka, cidade de 250 mil habitantes na província de Donetsk, que faz fronteira com a Rússia.
Nenhuma atividade militar ucraniana foi observada nas diferentes partes da região até o momento.
- Possível referendo - Em Slaviansk, cidade símbolo das recentes tensões onde grupos armados pró-russos ocuparam no sábado edifícios da polícia e dos serviços de segurança, a situação permanece sob o controle dos insurgentes.
"Pedimos à Rússia para nos proteger, e não para permitir o genocídio do povo de Donbass (leste da Ucrânia). Pedimos ao presidente Putin que nos ajude", declarou um de seus líderes, Viacheslav Ponomarev.
Em frente à prefeitura de Slaviansk é possível observar uma dúzia de homens armados, vestindo o mesmo uniforme e com ar muito profissional. Outros, a bordo de caminhões militares, fortalecem as defesas em torno da cidade, com equipamentos de guerra, baterias antiaéreas e antitanques.
No centro da cidade, mil pessoas se reuniram, prometendo permanecer no local até que haja um referendo sobre a anexação à Rússia.
Os pró-Moscou exigem a anexação, ou pelo menos uma "federalização" da Constituição da Ucrânia para dar mais poderes às regiões.
Pela primeira vez, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, aceitou a possibilidade de um referendo para determinar o status político do país, como resposta às tensões com o leste pró-Moscou.
A mudança inesperada aconteceu poucas horas depois do fim do prazo do ultimato apresentado por Turchynov aos separatistas para que entregassem as armas e abandonassem os prédios públicos ocupados no sudeste do país.
"Tenho certeza de que a maioria dos ucranianos se pronunciará a favor de uma Ucrânia indivisível, independente, democrática e unida".
Mas, ao contrário da sugestão do presidente ucraniano sobre um possível referendo nacional, os manifestantes separatistas exigem consultas locais, que teriam mais chances de resultados favoráveis.
Turchynov também pediu que a ONU se junte à "operação antiterrorista" do Exército no leste do país, durante uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Esse apelo tem poucas chances de ser seguido, já que a Rússia tem direito de veto no Conselho de Segurança da ONU.
Os ocidentais acusam Moscou de instigar os distúrbios, citando semelhanças com o que ocorreu em março na Crimeia, anexada à Rússia após a intervenção de grupos armados russos.
Moscou rejeita qualquer responsabilidade pela escalada da tensão.
ml/mr/dm-mm/tt/lr
O governo ucraniano, que pediu a ajuda da ONU, mencionou pela primeira vez a possibilidade de organizar um referendo para determinar a estrutura política do país.
Washington expressou sua preocupação diante do agravamento da situação, enquanto a União Europeia decidiu ampliar suas sanções.
Nesse sentido, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou Putin a pressionar os grupos pró-Rússia na Ucrânia a depor as armas, em meio à escalada na região.
No telefonema, informou a Casa Branca, "o presidente manifestou sua profunda preocupação em relação ao apoio do governo russo às ações dos separatistas armados pró-Moscou que ameaçam infringir e desestabilizar o governo da Ucrânia".
Obama "enfatizou que todas as forças irregulares no país (Ucrânia) devem depor as armas, e exortou o presidente Putin a utilizar sua influência com os grupos armados pró-Rússia para convencê-los a abandonar os prédios que ocuparam".
O presidente também considerou que "o isolamento crescente da Rússia na cena política e econômica é resultado de suas ações na Ucrânia e ressaltou que o custo que a Rússia já sofre certamente aumentará se continuar" por esse caminho.
Já Putin chamou de "infundadas" as acusações de ingerência de Moscou.
"Em resposta às preocupações manifestadas pelo presidente americano a respeito de uma suposta ingerência russa no sudeste da Ucrânia, o presidente russo observou que essas especulações são baseadas em informações infundadas", afirmou o Kremlin em um comunicado.
Diante de ataques, aparentemente coordenados, realizados desde sábado por ativistas pró-russos e grupos de homens armados em uniformes sem identificação, o país de 46 milhões de habitantes é mais do que nunca ameaçado por uma guerra civil entre o leste de língua russa e o centro e o oeste voltados para a Europa.
O Kremlin anunciou que o presidente russo recebeu "muitos pedidos" de ajuda das regiões do leste ucraniano e que observa a situação com "muita preocupação". A declaração aumenta os temores de uma intervenção russa, que mobilizou 40 mil homens na fronteira, de acordo com a Otan.
Washington teve de admitir que o chefe da CIA, John Brennan, viajou a Kiev no fim de semana. A Casa Branca afirma que a visita foi organizada com bastante antecedência. Moscou denuncia, porém, um complô com as autoridades ucranianas, que chegaram ao poder após a destituição do presidente pró-russo Viktor Yanucovytch, no fim de fevereiro.
Na Ucrânia, apesar de Kiev ter anunciado uma "grande operação antiterrorista" para recuperar o controle, centenas de manifestantes pró-russos atacaram e tomaram as sedes da polícia e da prefeitura de Gorlivka, cidade de 250 mil habitantes na província de Donetsk, que faz fronteira com a Rússia.
Nenhuma atividade militar ucraniana foi observada nas diferentes partes da região até o momento.
- Possível referendo - Em Slaviansk, cidade símbolo das recentes tensões onde grupos armados pró-russos ocuparam no sábado edifícios da polícia e dos serviços de segurança, a situação permanece sob o controle dos insurgentes.
"Pedimos à Rússia para nos proteger, e não para permitir o genocídio do povo de Donbass (leste da Ucrânia). Pedimos ao presidente Putin que nos ajude", declarou um de seus líderes, Viacheslav Ponomarev.
Em frente à prefeitura de Slaviansk é possível observar uma dúzia de homens armados, vestindo o mesmo uniforme e com ar muito profissional. Outros, a bordo de caminhões militares, fortalecem as defesas em torno da cidade, com equipamentos de guerra, baterias antiaéreas e antitanques.
No centro da cidade, mil pessoas se reuniram, prometendo permanecer no local até que haja um referendo sobre a anexação à Rússia.
Os pró-Moscou exigem a anexação, ou pelo menos uma "federalização" da Constituição da Ucrânia para dar mais poderes às regiões.
Pela primeira vez, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, aceitou a possibilidade de um referendo para determinar o status político do país, como resposta às tensões com o leste pró-Moscou.
A mudança inesperada aconteceu poucas horas depois do fim do prazo do ultimato apresentado por Turchynov aos separatistas para que entregassem as armas e abandonassem os prédios públicos ocupados no sudeste do país.
"Tenho certeza de que a maioria dos ucranianos se pronunciará a favor de uma Ucrânia indivisível, independente, democrática e unida".
Mas, ao contrário da sugestão do presidente ucraniano sobre um possível referendo nacional, os manifestantes separatistas exigem consultas locais, que teriam mais chances de resultados favoráveis.
Turchynov também pediu que a ONU se junte à "operação antiterrorista" do Exército no leste do país, durante uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Esse apelo tem poucas chances de ser seguido, já que a Rússia tem direito de veto no Conselho de Segurança da ONU.
Os ocidentais acusam Moscou de instigar os distúrbios, citando semelhanças com o que ocorreu em março na Crimeia, anexada à Rússia após a intervenção de grupos armados russos.
Moscou rejeita qualquer responsabilidade pela escalada da tensão.
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