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Produtividade, inovação e adaptação são prioritárias para AL

23/04/2014 20h23

WASHINGTON, 23 Abr 2014 (AFP) - A "prioridade nacional" para todos os países da América Latina e do Caribe deve ser o aumento da produtividade, a inovação e a adaptação às mudanças, afirmou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, nesta quarta-feira.

Ao falar na plenária da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, Kim disse que esse trio constitui uma prioridade "para todos os países, com independência de seus ciclos políticos, ou ideologia".

Kim comemorou os avanços sociais registrados na América Latina e no Caribe até 2008 e destacou que a desaceleração do crescimento que se seguiu nos anos posteriores na região torna imperioso adotar medidas para proteger essas conquistas.

"As conquistas sociais da última década agora estão na corda bamba", afirmou.

Na visão de Kim, "ironicamente, os governos da região são em parte vítima de seu próprio sucesso".

"Alcançaram enormes progressos em crescimento e redução de desigualdades", mas, exatamente por isso, agora os cidadãos pedem mais do que antes, e pressionam os governos a responder", alegou.

As projeções de crescimento lento, influenciadas pela queda nos preços de matérias-primas e pelo endurecimento do financiamento global, diminuem essa capacidade de resposta.

Por isso, insistiu Kim, os países da região têm "muito trabalho pela frente para garantir que o progresso econômico e social da última década continue e se expanda".

Segundo ele, é necessário se concentrar para manter a inclusão social.

"Como disse a presidente Dilma (Rousseff), a inclusão social gera mais inclusão social. A era em que as oportunidades dependiam da origem social, raça, gênero, ou país de origem, claramente está chegando ao seu fim na América Latina", acrescentou.

No início de abril, o Banco Mundial apresentou um relatório, no qual avaliou que a América Latina poderia estar registrando uma desaceleração no ritmo de melhorias sociais no âmbito de um lento crescimento econômico.

Ao esboçar o panorama da região, Kim afirmou, na ocasião, que seu desafio atual é a criação de empregos formais.

Na última década, a América Latina desfrutou de taxas de crescimento perto de 5%, que permitiram que 70 milhões de pessoas saíssem da pobreza, estimuladas por um boom de altos preços de matérias-primas, como cobre, ou soja.

Em 2013, porém, a economia na região cresceu apenas 2,7% e, este ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que se mantenha em "marcha lenta", a 2,5%. Ainda mais cauteloso, o Banco Mundial prevê um crescimento de 2,3%.