Vietnã tem manifestações violentas contra a China em zona industrial
HANõI, 14 Mai 2014 (AFP) - Quase 500 pessoas foram detidas após os violentos protestos, incluindo fábricas incendiadas, no sul do Vietnã contra a construção de uma plataforma de petróleo chinesa em uma zona marítima reivindicada por Hanói.
A explosão de violência provocou uma reação enérgica do governo chinês, que exigiu do Vietnã a adoção de medidas para acabar com os "atos criminosos e punir os autores".
As pessoas foram detidas quando "saqueavam, roubavam e incendiavam fábricas" de empresas chinesas na zona industrial de Binh Duong, sul do Vietnã, afirmou Le Xuan Truong, porta-voz da polícia da região.
Mais de 10 fábricas foram incendiadas na zona industrial Cingapura-Vietnã 1, em Binh Duong, perto da Cidade de Ho Chi Minh, a capital econômica vietnamita.
Entre as fábricas afetadas também estão unidades de empresas taiwanesas e sul-coreanas.
Este tipo de incidente é pouco frequente no Vietnã, um país controlado por um regime comunista de partido único.
O governo vietnamita prometeu "sanções severas para os que aproveitaram a situação para criar incidentes".
Os distúrbios mostram o "perigo do fervor nacionalista, em particular em um contexto institucional repressivo como o do Vietnã", afirmou Jonathan London, professor da City University de Hong Kong.
No Vietnã, país sem imprensa independente, os blogs de dissidentes divulgaram vídeos e fotos de milhares de trabalhadores destruindo as portas, janelas e escritórios das fábricas.
As exportações de bens de consumo são um dos pilares da economia vietnamita, com empresas como a sul-coreana Samsung, a americana Nike ou a alemã Adidas.
Empresas taiwanesas, japonesas e sul-coreanas suspenderam as atividades e colocaram bandeiras vietnamitas em seus portões como proteção, segundo o site de notícias VNExpress.
Taiwan condenou a violência e pediu ao Vietnã que garanta a segurança de seus cidadãos.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, David Lin, advertiu que a situação "pode ter consequências sobre o desejo de investir dos empresários taiwaneses".
Na segunda-feira, os dirigentes da Associação de Nações do Sudeste da Ásia (ASEAN) manifestaram "grande preocupação" com as disputas territoriais no Mar da China Meridional.
China e Vietnã mantêm uma antiga divergência territorial sobre as ilhas Paracelso e as ilhas Spratley, que seriam muito ricas em petróleo.
Os dois arquipélagos também ficam em vias marítimas muito importantes para o comércio internacional.
O Vietnã denunciou a decisão como "ilegal" e exigiu a retirada da plataforma. Também enviou navios à região, que segundo o governo de Hanói foram atacados ou pressionados por embarcações chinesas.
Para analistas, o governo vietnamita tolera algumas manifestações para que Pequim tome conhecimento de seu descontentamento.
"É uma boa lição para o Estado, que autorizou os manifestantes a demonstrar sua revolta contra a China, mas não conseguiu controlar a situação", disse o historiador Duong Trung Quoc à AFP.
bur-ceb/fp
A explosão de violência provocou uma reação enérgica do governo chinês, que exigiu do Vietnã a adoção de medidas para acabar com os "atos criminosos e punir os autores".
As pessoas foram detidas quando "saqueavam, roubavam e incendiavam fábricas" de empresas chinesas na zona industrial de Binh Duong, sul do Vietnã, afirmou Le Xuan Truong, porta-voz da polícia da região.
Mais de 10 fábricas foram incendiadas na zona industrial Cingapura-Vietnã 1, em Binh Duong, perto da Cidade de Ho Chi Minh, a capital econômica vietnamita.
Entre as fábricas afetadas também estão unidades de empresas taiwanesas e sul-coreanas.
Este tipo de incidente é pouco frequente no Vietnã, um país controlado por um regime comunista de partido único.
O governo vietnamita prometeu "sanções severas para os que aproveitaram a situação para criar incidentes".
Os distúrbios mostram o "perigo do fervor nacionalista, em particular em um contexto institucional repressivo como o do Vietnã", afirmou Jonathan London, professor da City University de Hong Kong.
No Vietnã, país sem imprensa independente, os blogs de dissidentes divulgaram vídeos e fotos de milhares de trabalhadores destruindo as portas, janelas e escritórios das fábricas.
As exportações de bens de consumo são um dos pilares da economia vietnamita, com empresas como a sul-coreana Samsung, a americana Nike ou a alemã Adidas.
Empresas taiwanesas, japonesas e sul-coreanas suspenderam as atividades e colocaram bandeiras vietnamitas em seus portões como proteção, segundo o site de notícias VNExpress.
Taiwan condenou a violência e pediu ao Vietnã que garanta a segurança de seus cidadãos.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, David Lin, advertiu que a situação "pode ter consequências sobre o desejo de investir dos empresários taiwaneses".
Na segunda-feira, os dirigentes da Associação de Nações do Sudeste da Ásia (ASEAN) manifestaram "grande preocupação" com as disputas territoriais no Mar da China Meridional.
China e Vietnã mantêm uma antiga divergência territorial sobre as ilhas Paracelso e as ilhas Spratley, que seriam muito ricas em petróleo.
Os dois arquipélagos também ficam em vias marítimas muito importantes para o comércio internacional.
O Vietnã denunciou a decisão como "ilegal" e exigiu a retirada da plataforma. Também enviou navios à região, que segundo o governo de Hanói foram atacados ou pressionados por embarcações chinesas.
Para analistas, o governo vietnamita tolera algumas manifestações para que Pequim tome conhecimento de seu descontentamento.
"É uma boa lição para o Estado, que autorizou os manifestantes a demonstrar sua revolta contra a China, mas não conseguiu controlar a situação", disse o historiador Duong Trung Quoc à AFP.
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