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Argentina anuncia que não pagará próxima parcela da dívida

19/06/2014 00h21

BUENOS AIRES, 19 Jun 2014 (AFP) - O ministério da Economia da Argentina anunciou nesta quarta-feira que não poderá honrar o próximo pagamento da sua dívida reestruturada, previsto para 30 de junho, em Nova York, devido à decisão de um tribunal dos Estados Unidos de suspender uma medida cautelar.

A Corte de Apelações do Segundo Distrito de Nova York ordenou nesta quarta que seja executada a condenação à Argentina, que deve pagar aproximadamente 1,3 bilhão de dólares aos fundos especulativos em um litígio que remonta aos meses posteriores à moratória declarada pelo país em 2001.

"A suspensão do 'stay' (medida cautelar) por parte da justiça impossibilita o pagamento em Nova York da próxima parcela da dívida reestruturada e revela a ausência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo juiz Griesa", destaca o ministério da Economia.

A nota lamenta a decisão que ordena a execução da sentença do juiz Thomas Griesa, de deliberou a favor dos fundos especulativos, conhecidos como "Abutres" na Argentina, em um processo que já dura doze anos.

O comunicado reafirma "a disposição da Argentina de pagar os credores da dívida reestruturada, aos quais sempre tem oferecido as mesmas condições, de acordo com a lei do país".

Na segunda-feira, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou revisar a sentença do juiz Griesa.

Em 2012, esse mesmo juiz havia dado razão aos fundos NML Capital e Aurelius, que compraram títulos podres argentinos e se negaram a aderir ao reescalonamento oferecido pelo país em 2005 e 2010.

Na audiência desta quarta-feira, advogados da Argentina comunicaram à corte que uma delegação viajará a Nova York na próxima semana para tentar negociar com os fundos.

"Estamos preparados para sentar (em negociação) com eles", afirmou Robert Cohen, que representa a NML.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse na segunda-feira que seu país não voltará a declarar moratória, mas ressaltou, contudo que a Argentina "não será submetida à extorsão".