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Venezuela vai reduzir salários de funcionários públicos para conter gastos

28/11/2014 23h27

CARACAS, 29 Nov 2014 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta sexta-feira uma série de medidas de austeridade no país, incluindo a redução dos salários dos funcionários públicos de alto escalão, devido à decisão da Opep de manter o atual teto da produção de petróleo, o que afetou diretamente o orçamento nacional.

"Determinei um conjunto de cortes no orçamento da Nação", disse Maduro durante um evento com funcionários públicos, acrescentando que "haverá uma revisão dos salários em todo o primeiro escalão dos ministérios e das estatais, começando pelo presidente da República".

"Estamos aguardando uma proposta de redução substancial de salários do primeiro escalão, incluindo ministros vice-ministros; presidentes e vice-presidentes de empresas do Estado".

A Venezuela, que conta com as maiores reservas petrolíferas do mundo, obtém do petróleo cerca de 96% de suas receitas, e a queda nos preços ocorre no momento em que o país se vê golpeado por uma inflação superior a 60%, escassez de alimentos e uma grave carência de divisas.

Diante da situação, Maduro anunciou o envio à China de seu ministro da Economia, Rodolfo Marco Torre, para "aprofundar acordos econômicos e de financiamento" que permitam à Venezuela "o ingresso de divisas que compensem a perda com a baixa dos preços do petróleo".

Os doze membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) optaram na última quinta-feira por manter sua produção em 30 milhões de barris diários, e o mercado reagiu nesta sexta com uma queda de mais de 7 dólares em Nova York, colocando o barril em seu nível mais baixo desde 2010.

No discurso desta sexta-feira, Maduro reafirmou que a Venezuela considera "firmemente" que o preço justo do barril de petróleo no mercado mundial "não deve ficar abaixo dos 100 dólares" o barril.