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Ex-primeiro-ministro português se rebela contra detenção

04/12/2014 08h38

LISBOA, 04 dez 2014 (AFP) - O ex-primeiro-ministro socialista português José Sócrates se rebelou nesta quinta-feira contra sua prisão preventiva desde 24 de novembro por corrupção, um dia após a Suprema Corte rejeitar uma demanda para que fosse libertado.

Na prisão "já não se é um cidadão ante as instituições, mas um detido diante das autoridades", cuja palavra "não tem o mesmo valor" que a dos demais, afirma Sócrates em uma carta publicada pelo jornal português Diário de Notícias.

O ex-primeiro-ministro também denunciou as violações do segredo de justiça, e referiu-se à "covardia dos políticos, à cumplicidade de certos jornalistas" ou "ao cinismo dos professores de direito".

A Suprema Corte rejeitou na quarta-feira uma demanda de colocação em liberdade de Sócrates, ao considerar que sua prisão preventiva não constitui um "ataque desproporcional contra sua liberdade".

José Sócrates, de 57 anos, chefe de Governo entre 2005 e 2011, foi detido em 21 de novembro depois de chegar de avião ao aeroporto de Lisboa. Foi indiciado três dias depois, acusado de fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro. Desde então está detido na prisão de Évora (sudeste).

A investigação aponta para operações bancárias e transferências de dinheiro de origem desconhecida.