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Governo anuncia saída de Levy, e Nelson Barbosa assume Fazenda

18/12/2014 20h17

Brasília, 18 dez 2015 (AFP) - O governo acaba de anunciar a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, que será substituído por Nelson Barbosa, que ocupava a pasta do Planejamento, no mais recente capítulo da crise política e econômica que atravessa o país.

"A presidenta (Dilma Rousseff) agradece pela dedicação do ministro Joaquim Levy, que teve um papel fundamental no enfrentamento da crise econômica", informou a Presidência em um comunicado, no qual também anunciou a indicação de Barbosa.

Levy, um economista ortodoxo que trabalhou no FMI e parecia isolado no governo, tinha dado sinais claros de que seu tempo no gabinete de Dilma tinha acabado, o que provocou uma queda de 2,98% no fechamento da Bolsa e uma depreciação de 1,42% do real.

Sua situação se fragilizou por causa de uma crise política que aprofundou a deterioração da economia, sobretudo depois de aberto um processo de impeachment contra Dilma, acusada de aprovar despesas sem autorização do Congresso e financiar o Tesouro com empréstimos de entidades públicas, algo proibido por lei.

A sétima economia do mundo entrou em uma espiral recessiva e dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) cresceu a resistência ao programa de ajustes com o qual Levy buscava recuperar a economia.

Seu substituto, um economista mais ligado às ideias desenvolvimentistas e a uma política fiscal menos restritiva, terá o trabalho de conduzir um país que prevê contração de 3,1% este ano e de 1,9% no próximo, com desemprego em alta e inflação de 10,48% ao ano.

"O mercado o considera o nome mais normal, provável, porque já é ministro do Planejamento, já conhece a máquina, já sabe como funciona, é uma solução natural e o mercado o está encarando com certa neutralidade", disse à AFP André Leite, analista da TAG Investimentos em São Paulo.

Doutor em Economia pela New School for Social Research, em Nova York, Barbosa participou diretamente do desenho da política econômica do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando houve uma forte expansão do gasto público, uma marca do PT.