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FMI elege novo diretor e Lagarde pede apoio para novo mandato

21/01/2015 17h27

Washington, 21 Jan 2016 (AFP) - A francesa Christine Lagarde ainda não se candidatou para seguir à frente do FMI, mas já pediu apoio nesta quinta-feira, quando foi aberta a nomeação de candidatos.

O ministro britânico das Finanças, George Osborne, foi o primeiro a apoiar Lagarde, que assumiu em 2011 o cargo de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Ficaria encantado de apoiar Lagarde para um novo mandato à direção do FMI. Ela é uma notável dirigente, com visão e sagacidade", avaliou Osborne na abertura da recepção de candidaturas.

Seu homólogo alemão Wolfgang Schäuble se uniu ao tom positivo, dizendo que Lagarde foi "uma gestora de crise prudente e coroada pelo êxito em um momento difícil". O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também manifestou seu apoio à ex-ministra francesa da Economia.

O secretário americano do Tesouro Jacob Lew, disse ter "a mais alta estima" por Lagarde, que tem apenas seis meses de seu mandato, e disse que espera "poder continuar trabalhando" com ela.

Lagarde, que em reiteradas ocasiões disse estar "aberta" a repetir o seu mandato, ainda não apresentou formalmente sua candidatura, mas declarou nesta quinta-feira, em uma entrevista à CNN International, sentir-se "lisonjeada" por essas expressões de apoio.

Prazo muito apertadoA partir desta quinta-feira e até 10 de fevereiro poderão ser apresentadas as candidaturas.

É o comitê executivo do FMI, composto por 24 membros que devem representar os 188 Estados-membros, que tomará a decisão final e o novo diretor-gerente será anunciado no início de março.

O prazo de nomeação é muito apertado, e o FMI fez um chamado para que o processo seja "aberto, baseado no mérito, e transparente", baseado no mesmo modelo que em 2011, quando o mexicano Agustín Carstens, do Banco do México disputou o cargo com Lagarde.

Se a francesa se apresenta como candidata não é certo que alguém se atreva a desafiá-la, já que essa seria uma batalha quase perdida de antemão, ao contar com o apoio de grandes potências.

E com a regra tácita que reserva à direção do FMI a um europeu, é pouco provável que um país emergente lance candidatura própria.

Mark Carney, do Banco da Inglaterra, e Raghuram Rajan, do Banco da Índia, que pareciam possíveis candidatos, desmentiram a intenção de participar da eleição.

Sob o mandato de Lagarde a instituição internacional sofreu uma importante reforma de governança, mas não pôde evitar uma moratória de sua história com a Grécia e foi acusada de assumir um viés político ao declarar seu apoio à Ucrânia.

Há, contudo, uma dúvida sobre o futuro de Lagarde: a justiça francesa decidiu processá-la em dezembro por uma controversa e multimilionário arbitragem que favoreceu o empresário Bernard Tapie em 2008, quando era ministra das Finanças na França.

Apesar disso, Lagarde, que recorreu da decisão, recebeu o apoio do comitê executivo do FMI.

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