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Segurança, imigração e armas, temas centrais na corrida pela Casa Branca

28/01/2015 18h55

Washington, 28 Jan 2016 (AFP) - Os difíceis temas do controle de armas, das medidas de Segurança Nacional, dos desafios da imigração e da situação da economia são as preocupações fundamentais entre os pré-candidatos à Casa Branca para a eleição de 8 de novembro deste ano.

Se, nas eleições de 2012 a discussão se concentrou na economia após a crise financeira de 2008 e 2009, desta vez, o foco parece ter-se movido para a Segurança Nacional - mais especificamente, para a necessidade de garantir a segurança dos americanos.

Depois dos ataques em Paris, reivindicados pelo grupo radical Estado Islâmico (EI), e do assassinato de 14 pessoas em San Bernardino, na Califórnia, o apetite dos Estados Unidos por ações militares contra o EI parece ter crescido de forma dramática.

O tema ocupou o primeiro lugar entre as prioridades para os eleitores em pelo menos duas pesquisas. Sem perder tempo, os pré-candidatos, principalmente os republicanos, começaram a responder a estes temores.

O polêmico milionário Donald Trump largou na frente, insistindo - sem qualquer prova - em que milhares de muçulmanos em Nova Jersey comemoraram os ataques de 11 do Setembro, em 2001, em Nova York.

Rapidamente, Trump foi acompanhados por seus oponentes republicanos Ted Cruz e Chris Christie, quem elevaram a retórica militar, criticando a política do presidente Barack Obama como excessivamente "branda". Ambos pediram o aumento dos bombardeios e de tropas terrestres nos palcos de guerra.

Os pré-candidatos republicanos também denunciaram o histórico acordo firmado com o Irã por seu programa nuclear, alegando que Washington cedeu demais, recebendo pouco, ou nada, em troca.

Os pré-candidatos democratas afinaram o discurso, por sua vez, e condenaram a agressividade das posições republicanas. Para os correligionários do presidente Obama, essa visão apenas acentuará a ideia de um "choque de civilizações", usada pelo Estado Islâmico para recrutar combatentes, incluindo ocidentais.

ImigrantesAs preocupações com a segurança também resvalaram na imigração. Enquanto democratas sugerem as boas-vindas a refugiados sírios, os republicanos já não estão tão seguros.

Mais uma vez, Trump delimitou o campo de batalha, ao propor o fechamento do país ao ingresso de muçulmanos. A ideia deflagrou intensa polêmica no país e valeu ao magnata o desprezo internacional.

Embora tenha reconhecido que fechar o país era "um pouco demais", os demais pré-candidatos mencionaram a necessidade de conter a chegada de refugiados da Síria e do Iraque até que o governo saiba quem são os demandantes de abrigo.

Do mesmo modo, os democratas em geral apoiam medidas que ajudem a legalizar a maioria dos aproximadamente 11 milhões de imigrantes que vivem no país de forma irregular, em sua maioria provenientes do México e da América Central.

Como era previsível, os republicanos se opõem a essa ideia de forma veemente, apesar do pré-candidato Jeb Bush admitir que é necessário iniciar uma reforma da legislação migratória.

Como também era previsível, Trump é o mais bombástico deles, ao afirmar que expulsará os onze milhões de não documentados e construirá um gigantesco muro na fronteira com o México.

Armas e economiaOutro tema difícil é o do controle de armas. Desafio tradicional americano, volta a topo das discussões depois de cada matança indiscriminada de inocentes, para depois voltar a baixar o tom até que uma nova matança aconteça, um ciclo constante.

O presidente Obama anunciou uma série de decretos para tornar mais rigorosas as regulações da venda de armas, em especial as que são negociadas na internet.

Historicamente defensores das armas e ligados ao lobby dos fabricantes, os aspirantes republicanos reagiram com fúria, alegando que as novas normas sobre a verificação violam a Constituição.

Mas se os republicanos insistem com as preocupações com a segurança nacional, a imigração e a posse de armas, os democratas têm como principal trunfo o desempenho econômico dos anos recentes.

O desemprego atualmente caiu a 5%, o nível mais baixo desde fevereiro de 2008, antes da explosão da crise. Desde então, criou mais de 13 milhões de postos de trabalho, apesar de, nos meses mais recentes, verificar uma desaceleração nos mercados financeiros.

Neste aspecto, resta um debate considerável sobre os impostos.

Entre os pré-candidatos democratas, Bernie Sanders e Hillary Clinton propuseram um aumento dos impostos aos mais ricos. Sanders, em particular, defende que este aumento ajude a pagar a implementação de um sistema universal de saúde pública.

Os aspirantes republicanos, do outro lado, se opõem a qualquer tipo de aumento de imposto. Cruz propôs uma taxa única, e Trump defende uma redução generalizada de impostos, que seria balanceada com um aumento da taxação sobre produtos chineses.

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