EUA são principal parceiro comercial da Alemanha, à frente da França
Berlim, 2 Mar 2016 (AFP) - Pela primeira vez em 40 anos, em 2015 os Estados Unidos se transformaram no principal parceiro comercial da Alemanha, na frente da França, em consequência da desvalorização do euro e do afastamento entre as duas maiores economias europeias.
A tendência, detectada no meio do ano passado com os dados provisórios, foi confirmada na quarta-feira pelo órgão federal de estatísticas: pela primeira vez desde 1975, a França não é o primeiro parceiro comercial da Alemanha.
A mudança explica-se em grande parte pela taxas de câmbio e pela boa saúde da economia americana, mas também tem um significado político, em uma Europa mais dividida do que nunca pela crise dos refugiados.
Durante anos o termo "primeiro parceiro comercial" foi o símbolo das boas relações políticas e econômicas entre França e Alemanha, considerados o motor da Europa.
Anton Borner, presidente da federação alemã de exportadores (BGA), acredita que a evolução do saldo comercial com a França "é um ponto de inflexão, uma mudança a longo prazo". Isso não impede que o país continue sendo "um parceiro muito importante, politicamente o mais importante", disse Borner recentemente à AFP.
Prova disso é que na sexta-feira a chanceler alemã Angela Merkel estará de novo em Paris para buscar uma posição comum com o presidente François Hollande antes de uma cúpula crucial sobre a crise dos refugiados.
A classificação do órgão alemão de estatísticas indica que a soma das exportações e importações entre França e Alemanha foi de 170 bilhões de euros em 2015. Entre Alemanha e EUA essa soma foi de 173 bilhões.
A França também perdeu seu primeiro lugar nas exportações: as companhias alemãs venderam 114 bilhões de euros aos Estados Unidos em 2015. Para a França, o principal destino dos produtos alemães desde 1961, foram 103 bilhões de euros.
A Alemanha, contudo, continua sendo o principal parceiro comercial da França: 16% do total das exportações francesas tiveram como destino a Alemanha e 17% do total de importações vieram desse país.
Entre 2014 e 2015 as importações da Alemanha para a França aumentaram 2,3% entre 2014 e 2015 e as importações francesas subiram 0,4% no mesmo período.
Este aumento é, no entanto, muito menor do que o salto dado em 2015 pelo comércio bilateral entre Alemanha e EUA: 19% maior nas exportações para os EUA e um aumento de 20% nas importações de produtos americanos.
O fenômeno se explica pela política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que teve como consequência a queda do euro em relação ao dólar e estimulou as vendas dos países europeus fora da zona do euro.
O aumento das vendas de produtos alemães nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, foi importante nos setores como química (+10%), maquinaria (+12%), carros e equipamento automobilístico (23%).
Os Estados Unidos substituíram a China como maior destino da maquinaria alemã, explica o economista Ralf Wiechers, da federação de fabricantes VDMA.
"Estamos preocupados com a indústria francesa porque durante anos a França teve uma política de grandes grupos e faltam empresas dinâmicas menores", avalia o especialista.
A tendência, detectada no meio do ano passado com os dados provisórios, foi confirmada na quarta-feira pelo órgão federal de estatísticas: pela primeira vez desde 1975, a França não é o primeiro parceiro comercial da Alemanha.
A mudança explica-se em grande parte pela taxas de câmbio e pela boa saúde da economia americana, mas também tem um significado político, em uma Europa mais dividida do que nunca pela crise dos refugiados.
Durante anos o termo "primeiro parceiro comercial" foi o símbolo das boas relações políticas e econômicas entre França e Alemanha, considerados o motor da Europa.
Anton Borner, presidente da federação alemã de exportadores (BGA), acredita que a evolução do saldo comercial com a França "é um ponto de inflexão, uma mudança a longo prazo". Isso não impede que o país continue sendo "um parceiro muito importante, politicamente o mais importante", disse Borner recentemente à AFP.
Prova disso é que na sexta-feira a chanceler alemã Angela Merkel estará de novo em Paris para buscar uma posição comum com o presidente François Hollande antes de uma cúpula crucial sobre a crise dos refugiados.
A classificação do órgão alemão de estatísticas indica que a soma das exportações e importações entre França e Alemanha foi de 170 bilhões de euros em 2015. Entre Alemanha e EUA essa soma foi de 173 bilhões.
A França também perdeu seu primeiro lugar nas exportações: as companhias alemãs venderam 114 bilhões de euros aos Estados Unidos em 2015. Para a França, o principal destino dos produtos alemães desde 1961, foram 103 bilhões de euros.
A Alemanha, contudo, continua sendo o principal parceiro comercial da França: 16% do total das exportações francesas tiveram como destino a Alemanha e 17% do total de importações vieram desse país.
Entre 2014 e 2015 as importações da Alemanha para a França aumentaram 2,3% entre 2014 e 2015 e as importações francesas subiram 0,4% no mesmo período.
Este aumento é, no entanto, muito menor do que o salto dado em 2015 pelo comércio bilateral entre Alemanha e EUA: 19% maior nas exportações para os EUA e um aumento de 20% nas importações de produtos americanos.
O fenômeno se explica pela política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que teve como consequência a queda do euro em relação ao dólar e estimulou as vendas dos países europeus fora da zona do euro.
O aumento das vendas de produtos alemães nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, foi importante nos setores como química (+10%), maquinaria (+12%), carros e equipamento automobilístico (23%).
Os Estados Unidos substituíram a China como maior destino da maquinaria alemã, explica o economista Ralf Wiechers, da federação de fabricantes VDMA.
"Estamos preocupados com a indústria francesa porque durante anos a França teve uma política de grandes grupos e faltam empresas dinâmicas menores", avalia o especialista.
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