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BCE lançará amplo plano de compra de dívida sem a Grécia

05/03/2015 19h00

Nicósia, 5 Mar 2015 (AFP) - O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira o início de seu amplo programa de compra da dívida pública e privada, ressaltando que a Grécia não poderá se beneficiar da iniciativa.

"Em 9 de março de 2015 começaremos a comprar títulos da dívida pública e outros títulos do setor privado no mercado secundário, com a esperança de fazer subir os preços da zona do euro", anunciou nesta quinta-feira o presidente da instituição, Mario Draghi.

O BCE, que conforme o esperado manteve inalterada suas taxas de juros, havia anunciado esse programa de compra da dívida em janeiro, com o objetivo de injetar 60 bilhões de euros por mês na economia da zona do euro até meados de 2016.

Para Draghi, o anúncio da medida já teve "um certo número de efeitos positivos" na zona do euro. Com o programa de expansão quantitativa (QE, na sigla em inglês), o BCE desembolsará mais de um trilhão de euros em compra de títulos.

O prazo de setembro de 2016 não é definitiva, como repetiram vários membros da instituição nas últimas semanas: "o programa pode durar mais se for necessário", explicou Draghi, "até que o BCE observe um ajuste contínuo da inflação".

A zona do euro permanece até agora muito longe dessa meta. Os preços caíram 0,3% em fevereiro, após a queda de 0,6% em janeiro.

"O BCE espera que a recuperação se estenda e que reforce progressivamente a zona do euro", disse Draghi.

O BCE revisou em alta suas previsões de crescimento para 2015 e 2016. Agora espera 1,5% para este ano e 1,9% para 2016, frente às estimativas anteriores de 1% e 1,5%. O BCE publicou uma primeira previsão para 2017: estima que a zona do euro crescerá 2,1%.

Antes da intervenção de Draghi, o BCE anunciou, também nesta quinta-feira, que manterá inalterada sua taxa de juros, como já era esperado.

O conselho de presidentes de bancos centrais do BCE, que se reuniu no Chipre, decidiu manter sua principal taxa de juros, referência para o crédito na zona do euro, em 0,05%, seu mínimo histórico, vigente desde setembro do ano passado.

A instituição monetária com sede em Frankfurt também não modificou a taxa de juros aplicada à facilidade marginal de crédito, reduzida para 0,3% em setembro, nem a taxa de juros aplicada à facilidade de depósito, negativa pela primeira vez em junho, e que se encontra a -0,2%.





Grécia é excluída de compra da dívida

Atenas voltou a estar presente nas discussões durante a sessão de perguntas e respostas entre Draghi e os jornalistas.

O presidente do BCE afirmou que, nesse momento, a Grécia não se beneficiará da "expansão quantitativa", que explicou que a instituição está disposta a conceder um tratamento preferencial de financiamento, sob condições.

"O BCE é o primeiro que quer voltar a financiar a economia grega, se as condições forem respeitadas, o que não é o caso no momento", afirmou.

No início de fevereiro, o BCE acabou com o regime de exceção em favor dos bancos gregos, que lhes permitia ter acesso a operações regulares de financiamento.

Desde então, as entidades bancárias gregas, fragilizadas pela fuga de clientes, sobrevivem graças à liquidez de urgência recebida através do mecanismo ELA do Banco Central grego, mas que o BCE pode encerrar a qualquer momento.



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